A maior série até hoje de reestenose intra-stent em femoral superficial

Título original: Treatment of Femoropopliteal In-Stent Restenosis With Paclitaxel-Eluting Stents. Zilver PTX Global Registry. ZILVER-PTX. Referência: Thomas Zeller et al. J Am Coll Cardiol Intv 2013;6:274–81.

A reestenose intra-stent na região femoropoplítea encontra-se entre 19% e 37% ao ano ,e a incidência aumenta com a longitude da lesão. 

O estudo ZILVER-PTX testou os resultados do stent autoexpansível de nitinol libertador de paclitaxel (Cook Medical, Bloomington, Indiana) em uma ampla gama de pacientes (ptes) tanto com lesões de novo como reestenose na região femoropoplítea e infrapatelar. Neste trabalho relatam-se os resultados do stent especificamente em reestenose intra-stent da região femoropoplítea.

O estudo completo incluiu 787 ptes dos quais 108 ingressaram por reestenose intra-stent. A longitude média das lesões foi de 133 ± 91.7 das quais 33.6% superaram os 150mm. Do total 31.1% eram reestenoses oclusivas. A permeabilidade primária estimada por Kaplan-Meier foi de 95.7% aos 6 meses e 78.8% ao ano. A revascularização da lesão alvo motivada pela clínica foi praticamente igual à permeabilidade nesse mesmo período de tempo. Logo do procedimento, observou-se um melhora significativa no índice tornozelo braço, e a distância atingida ao andar.

63.2% ao ano e 60.9% aos 2 anos encontravam-se em um estádio de Rutherford ≤ 1. A fratura do stent foi sistematicamente avaliada com radiografias e resultou pouco frequente com um 1.2% ao ano.

Conclusão: 

Esta sub-coorte do estudo ZILVER-PTX é até agora a maior série prospectiva que avaliou os resultados a médio e longo prazo do tratamento endovascular da reestenose intra-stent na região femoropoplítea. O implante de um stent libertador de paclitaxel dentro de outro stent reestenosado tem resultados promissórios a médio e longo prazo.

Comentário editorial: 

A ausência do ramo controle é uma das principais limitações deste trabalho e de outros que têm avaliado os resultados na região femoropoplítea. De fato, neste momento existem cerca de 10 estudos em andamento que avaliam diferentes balões farmacológicos vs balão convencional nesta região e até onde nós sabemos, nada publicado ou em vias, que compare stents farmacológicos vs balões farmacológicos. Os materiais para a melhor angioplastia na região femoropoplítea continuam sendo discutíveis, sendo a experiência de cada operador e a disponibilidade dos dispositivos em cada país o que, no fim, marca a diferença. 

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