Título original: Impact of Cilostazol on Angiographic Restenosis after Balloon Angioplasty for Infrapopliteal Artery Disease in Patients with Critical Limb Ischemia Referência: Y. Soga et al. European Journal of Vascular and Endovascular Surgery 44 (2012) 577e581.
A angioplastia é muito utilizada nos pacientes com isquemia crítica de membro inferior, sendo a reestenose uma grande limitação especialmente no território infrapatelar. O uso de stents e balões liberadores de paclitaxel é promissor; no entanto, o custo da sua utilização em todas as lesões infrapatelares é difícil de enfrentar.
O objetivo desse estudo, que incluiu 63 pacientes (32 no grupo cilostazol e 31 controles), foi avaliar a utilidade do cilostazol na diminuição da reestenose binária no acompanhamento angiográfico após três meses. Todos os pacientes apresentavam isquemia crítica de membro inferior.
O grupo cilostazol mostrou menos reestenose binária (56% em contraste com 86%, p=0,015), menos reoclusão (20,5% em contraste com 42,1%, p=0,02) e menos revascularização guiada pela clínica (27,5% em contraste com 49,1%) comparado com o grupo de controle.
Ao analisar o resultado clínico no membro inferior em vez das lesões angiográficas não foram constatadas diferenças entre os dois grupos, tanto na cura das úlceras como na resgate de membro.
Conclusão:
O cilostazol poderia diminuir a reestenose, a reoclusão e revascularização após angioplastia infrapatelar nos pacientes com isquemia crítica de membro inferior.
Comentário editorial:
Este estudo tem várias limitações relevantes como o fato de ter sido uma análise retrospectiva e que a indicação do cilostazol foi deixada a critério do operador. É também uma limitação o pequeno grupo de pacientes e acompanhamento de apenas 3 meses. Por outro lado, mostra-nos os resultados na vida real (não usarão stents nem balões farmacológicos) da angioplastia de resgate infrapatelar, na qual cada medida adicional pode ter um grande impacto relativo no contexto de resultados tão fracos. Sem dúvida, a utilidade do cilostazol, que parece promissora, deve ser avaliada em estudos randomizados.
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