Título original: Flow-Gradient Patterns in Severe Aortic Stenosis UIT Preserved Ejection Fraction. Clinical Characteristic and Predictos of Survival. Referência: Eleid, M, et al. Circulation 2013;128:1781-1789
O diagnóstico de estenose aórtica severa é definido por ecografia como uma área valvular <1cm2, gradiente médio >40 mmHg e velocidade >4 m/s; mas existem casos com síndromes de baixo fluxo ou baixo fluxo paradoxal que apresentam uma evolução diferente.
Foram analisados 1704 pacientes com estenose aórtica severa divididos em 4 grupos: baixo fluxo/alto gradiente n= 50 (3%), baixo fluxo/baixo gradiente n= 53 (3%), fluxo normal/baixo gradiente n= 352 (21%) e fluxo normal/alto gradiente n= 1249 (73%).
Os que menos sintomáticos foram, os do grupo fluxo normal/baixo gradiente se caracterizando por alta prevalência de mulheres, menor diâmetro do trato de saída e menor volume de átrio esquerdo.
O grupo com fração de ejeção mais deteriorada foi o de baixo fluxo/baixo gradiente, apresentando também menor índice de massa do ventrículo esquerdo, menor diâmetro do ventrículo esquerdo e maior incidência de fibrilação auricular. Do total, 62% recebeu substituição valvular aórtica cirúrgica e 4% substituição valvular aórtica por cateterismo.
Aqueles com fluxo normal e baixo gradiente foram tratados mais frequentemente em forma conservadora com uma sobrevida livre de substituição valvular a 2 anos de 59%.
O pior prognóstico foi para o grupo de baixo fluxo/baixo gradiente com uma sobrevida a 2 anos de 60%. A sobrevida a 2 anos foi de 85% para fluxo normal/baixo gradiente, de 82% em fluxo normal/alto gradiente e 78% em baixo fluxo/baixo gradiente (p<0.0001 para a diferença de sobrevida entre todos os grupos).
O tratamento sobre a válvula foi associado com um 69% de redução no risco de morte com grande benefício em sobrevida nos grupos baixo fluxo/baixo gradiente e fluxo normal/alto gradiente.
Conclusão:
Os pacientes com estenose aórtica severa com fluxo normal/baixo gradiente e fração de ejeção conservada apresentam uma evolução favorável com tratamento médico e um impacto neutro da substituição valvular. Os que apresentam baixo fluxo/baixo gradiente apresentam maior mortalidade e o tratamento invasivo da válvula associa-se com uma melhor sobrevida.
Comentário editorial
Esta nova forma de classificar à estenose aórtica traz informação importante sobre o prognóstico. Seria conveniente começar a utilizá-la em forma rotineira, especialmente nos ptes de alto risco que são os que apresentam mais frequentemente os desafios quanto à estratégia a seguir.
Gentileza Dr Carlos Fava.
Cardiologista Intervencionista.
Fundação Favaloro. Argentina.
Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG