Revascularização incompleta e mortalidade em pacientes com doença multivaso.

Referência: Wu C, Dyer AM, Kinas SB, et al. Impact of incomplete revascularization on long-term mortality after coronary stenting. Circ Cardiovasc Interv 2011; 4: 413-21.

Um estudo realizado por Wu C. e colaboradores, publicado recentemente, mostrou que nos pacientes com doença multivaso a revascularização incompleta está associada com um discreto, mas significativo, incremento da mortalidade no longo prazo. Após definir como revascularização completa a diminuição da estenose até menos de 50% em todas as lesões estenóticas dos principais vasos coronários epicárdicos, na hospitalização inicial ou durante os 30 dias seguintes ao egresso, os autores determinaram os desfechos em uma coorte formada por 13.016 pacientes. Usando um modelo de regressão logística, determinaram que em 3.803 deles (29,2%) foi atingida uma revascularização completa (CR) e em 9.213 (70,8%) incompleta (IR). Geralmente, os integrantes do grupo IR, que eram de mais idade e, maiormente negros ou hispânicos, apresentaram menores valores de fração de ejeção e de oclusão total de 3 vasos, e uma taxa mais alta de co-morbidades (infarto de miocárdio, doença vascular encefálica e insuficiência cardíaca), em comparação com os sujeitos do grupo CR.

A análise comparativa pareada mostrou uma maior de sobrevivência após 8 anos entre os pacientes do grupo CR (80,8%) com relação à registrada nos pacientes do grupo IR (78,5%), para uma p= 0,04, sendo que a probabilidade de morte foi superior entre aqueles com mais de um vaso tratado de forma incompleta, mas esta última diferença não atingiu um significado estatístico.

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