Titulo original: Randomized comparison of strut coverage between Nobori biolimus-eluting and sirolimus-eluting stents: an optical coherence tomography analysis. Referência: EuroIntervention 2014; 9-online publish-ahead-of-print February 2014
O objetivo deste estudo foi comparar a cobertura dos struts aos seis meses de seguimento depois do implante de Nobori biolimus – stent (N- BES) versus stent eluidor de sirolimus (SES) Cypher Select.
Um total de 120 pacientes com uma única lesão estenótica que precisava revascularização percutânea foram randomizados a N- BES (n = 60) ou SES (n = 60). A tomografia de coerência ótica (OCT) foi realizada depois do implante de stent e aos seis meses do implante do stent.
A análise com OCT pós intervenção e no seguimento estiveram disponíveis em 51 (85,0 %) e 52 (86,7 %) pacientes , respectivamente.
O ponto final primário do estudo foi o percentual de struts não endotelizados aos seis meses do implante. Além disso, foi construída uma análise gráfica de contorno para investigar os padrões de distribuição de struts sem cobertura intimal.
O percentual de struts descobertos de N- BES foi significativamente mais baixo que com SES (15,9 ± 12,2 % diante de 25,1 ± 18,3 %, respectivamente, p=0,003). N- BES mostrou uma maior hiperplasia miointimal (NIH) que SES (mediana 52,4 micras IC 95% 41,9-74,9 vs 42,1 micras IC 95% 30,6-56,0; p=0,005) evidenciando a existência de maior quantidade de endotelização nos stents com polímero biodegradável.
A análise gráfica de contorno por OCT mostrou uma incidência mais baixa de um padrão de distribuição difusa de struts descobertos em N- BES versus SES (46,8 % diante de 75,0 % respectivamente; p=0,022).
Conclusão
Este estudo aleatorizado com OCT mostrou que a implantação de N- BES teve um percentual significativamente menor de struts descobertos que SES, assim como também uma menor taxa de distribuição difusa de struts não cobertos diante de SES.
Comentário editorial
Este estudo randomizado reafirma a ideia já formada de maior segurança dos stents com polímero biodegradável. A inflamação crônica endotelial produzida pelos polímeros parece ser claramente menor.
Por primeira vez se realiza uma análise randomizado de BES vs SES com OCT em grande escala demonstrando claramente que aos seis meses o percentual de struts descobertos é francamente menor em BES.
Se bem que neste estudo não foram visualizados eventos adversos maiores clínicos em ambos grupos, seria possível inferir que a longo prazo seriam beneficiados os pacientes com BES por apresentar menor taxa de struts descobertos o que levaria a uma menor taxa de stent trombose por suspensão precoce de dupla antiagregação.
Parece então ficar claro o papel dos stents com polímero biodegradável com relação à segurança dos mesmos sem impacto na eficácia, resta agora avaliar o que acontecerá com os stent totalmente biodegradáveis quanto a sua segurança e eficácia.
Gentileza Dr Matías Sztejfman.
Cardiologista Intervencionista.
Sanatório Güemes.
Buenos Aires, Argentina.
Dr. Matías Sztejfman