Título original: Impact of diabetes mellitus and metabolic syndrome on acute and chronic on-clopidogrel platelet reactivity in patients with stable coronary artery disease undergoing drug-eluting stent placement. Referencia: Feldman L. et al. Am Heart J. 2014; Epub ahead of print.
Pacientes com diagnóstico de diabetes tipo 2 ou síndrome metabólica receberam angioplastia coronária com stents farmacológicos tem 3 a 4 vezes mais chance de apresentar reatividade plaquetária residual após uma dose de carga clopidogrel que aqueles que não sofrem de nenhuma das duas doenças. Estudos prévios comparando a prevalência de alta reatividade plaquetária em pacientes com diabetes tipo 2 tratados com clopidogrel versus não diabéticos e obesos versus não obesas, mostraram resultados conflitantes. Este estudo incluiu 159 pacientes que receberam a angioplastia coronária com stent farmacológico e comparou a prevalência de alta reatividade plaquetária em pacientes com diabetes tipo 2 ou síndrome metabólica versus pacientes sem estas doenças. A função plaquetária foi medida após uma dose de 600 mg de clopidogrel e 4 meses em tratamento com 75 mg. A prevalência de alta reatividade plaquetária foi maior entre os pacientes diabéticos e pacientes com síndrome metabólica após uma dose de carga clopidogrel há 4 meses, embora esta reatividade se mantivesse elevada somente em diabéticos. Na análise multivariada, diabetes (OR 3.62, IC 95%, 1.34 a 9.80; p=0.011), síndrome metabólica (OR 4.00, IC 95% 1.39 a 11.46; p=0010) e pré-tratamento crônico com clopidogrel (OR 0.22, IC 95% 0.09-0.49; p=0.001) foram preditores independentes de aumento da reatividade plaquetária.
Conclusão
Ambas as diabetes e síndrome metabólica foram preditores independentes de aumento da reatividade plaquetária na terapia clopidogrel. Esses achados podem ter relevância clínica.
Comentário Editorial
Este aumento da reatividade plaquetária está associado a eventos isquêmicos, por isso vários estudos tentaram diminuir a reatividade aumento da dose de clopidogrel ou mudar para mais potente anti-agregante ficando muitas vezes melhorar resultado de laboratório, mas ainda permanecem dúvidas sobre a eficácia clínica desta modificação.
SOLACI