Revascularização híbrido em múltiplos vasos

Título original: Hybrid Revascularization for Multivessel Coronary Artery Disease Referência: Mariuz Gassior, et al. J Am Cardiol Intv 2014;7:1277-83

 

A cirurgia de revascularização de acordo com as orientações internacionais continua a ser o “padrão ouro” para o tratamento da doença de múltiplos vasos, no entanto, com os stents com eluição de fármacos de segunda geração e estratégia híbrida pode mudar a indicação no futuro. Este estudo randomizado 102 pacientes que receberam a cirurgia de revascularização e 98 híbrida. Revascularização híbrida consistiu de ponte de mama para a artéria descendente anterior mais angioplastia com stents com eluição de everolimus (Xience) para CD e/ou CX. O desfecho primário foi a viabilidade de revascularização híbrida, morte, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, revascularização e sangramento superior de 12 meses. As características demográficas, clínicas e angiográficas foram bem equilibradas entre os dois grupos, com exceção do índice de massa corporal foi menor na revascularização híbrida. Mais da metade dos pacientes tiveram três lesões do vaso, uma média de 4 lesões e SYNTAX Score 23.

Revascularização completa foi conseguida em 78% da população. O grupo híbrido recebeu 2.3 stents / paciente e o tempo entre a cirurgia e angioplastia foi de 21 horas. O grupo cirúrgico padrão recebeu 2.7 canais/pacientes, 24% receberam revascularização arterial completa e 85% foi realizada sem circulação extracorpórea. Não foram observadas diferenças entre os grupos no período de internação. Aos 12 meses, não houve diferença desfecho primário (10,2% para o grupo híbrido e 7.8% para o grupo da cirurgia convencional; p = 0.54). Revascularização híbrida foi possível em 94%. O seguimento angiográfico foi realizado em mais de 80% dos pacientes, mostrando uma permeabilidade de ponte mamária para descendente anterior esquerda, 94% no grupo híbrido e 93% no grupo de tratamento cirúrgico convencional. Stent reestenose foi de 7.5% e a permeabilidade das pontes excluindo mamário foi de 79%.

Conclusão

Os resultados deste trabalho mostram que a revascularização híbrida é viável em pacientes selecionados com doença de múltiplos vasos.

Comentário

É o primeiro estudo aleatório que comprova praticável e semelhante à cirurgia convencional em pacientes com resultados de risco intermediário. A população de pacientes com múltiplos vasos está crescendo em idade e comorbidades sendo esta estratégia certamente válida, porque é menos invasivo que requer menor tempo cirúrgico. Além do uso de métodos de imagenología e FFR melhorar os resultados desta nova estratégia e incluem ainda aqueles com doença valvular.

Cortesia do Dr. Carlos Fava
Cardiologista intervencionista
Fundação Favaloro
Buenos Aires – Argentina

Carlos Fava

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