Impacto de dispositivos de oclusão vascular em desfechos a curto e longo prazo após TAVI: resultados do registro EVERY-TAVI

Fundamentos: Os resultados de procedimentos de implante trans-cateter valvar aórtico (TAVI) melhoram com o aumento da experiência dos operadores e com a melhoria técnica das plataformas de próteses valvares. Complicações hemorrágicas vasculares no local de acesso da TAVI são freqüentemente observadas e envolvem 20% a 30% dos pacientes. Portanto, a implementação de estratégias para alcançar uma hemostasia adequada no local de acesso pode aumentar ainda mais a segurança dos procedimentos. Dois dispositivos de oclusão vascular são frequentemente utilizados para hemostasia do acesso local: ProStar XL e Proglide. Embora existam poucos dados sobre a segurança e eficácia clínica com esses dispositivos após TAVI, dados da comparação entre as duas estratégias são escassos.

Objetivo: Avaliar comparativamente o desempenho das duas técnicas de dispositivos de oclusão vascular em pacientes submetidos à TAVI trans-femoral.

Métodos: O desfecho primário foi a incidência de complicações vasculares de acordo com a definição  VARC-2. Os desfechos secundários foram:  incidência de complicações hemorrágicas de acordo com  a definição VARC-2 / BARC; mortalidade em 30 dias e 1 ano de seguimento; incidência de falha do dispositivo de oclusão. Os dados foram coletados prospectivamente.

Resultados: Foram analisados 1022 pacientes, sendo 506 no grupo ProStar e 516 no grupo Proglide. O uso de ProGlide está associada a menor risco de complicações vasculares no local de acesso em relação ao ProStar, com desfecho primário pela definição VASC-2 de 7,9 vs 15,7%, p<0,001. Houve também menores taxas de insucesso (0,8 vs 2,3%, p=0,08) e de sangramentos (30, 8 vs 43,9%, p<0,001). Essa dispositivo Proglide esteve associado com menor mortalidade (14% vs 18,9%, p<0,01), entretanto na análise multivariada, o tipo de estratégia utilizada para realizar a hemostase no local de acesso não se relacionou independentemente à mortalidade em um ano após o procedimento TAVI.

Conclusões: O uso de dispositivo de oclusão vascular ProGlide está associado a menor risco de complicações no local de acesso em pacientes submetidos a procedimentos TAVI trans-femorais, e continua a ser o único preditor independente de redução de complicações vasculares.

Comentários: Estudo que demonstrou menores taxas de complicações com o uso do Proglide em relação ao ProStar em procedimentos TAVI via femoral, sem no entanto demonstrar diferenças em mortalidade após 1 ano. A crítica é que foi um estudo não randomizado, portanto são necessários estudos com maior poder estatístico para que essas conclusões possam ser confirmadas.

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Julinda Mehilli
2015-05-21

Título original: Impact of closure device type on short and long-term outcomes after TAVI: results from EVERY-TAVI registry

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