O objetivo desta metanálise foi estudar a relação entre a via de acesso e a bivalirudina em pacientes que são admitidos cursando uma síndrome coronária aguda.
Tanto a bivalirudina quanto o acesso radial são estratégias que têm como objetivo principal diminuir as complicações hemorrágicas em pacientes com uma síndrome coronária aguda em curso que recebem estratégia invasiva.
A interação entre as duas estratégias e o benefício de usá-las de forma combinada ainda não estão estudados.
Esta análise incluiu os estudos randomizados e controlados que compararam bivalirudina com heparina com ou sem adição de inibidores da glicoproteína IIBIIIA em pacientes cursando uma síndrome coronária aguda e reportaram os resultados estratificados por via de acesso.
Em total 8 trabalhos com 27.491 pacientes foram analisados. A bivalirudina reduz o sangramento maior em pacientes tratados por acesso femoral (OR: 0,51; IC 95% CI: 0,46 a 0,6; p < 0,001) mas não reduz naqueles pacientes cujo procedimento foi realizado por acesso radial (OR: 0,75; IC 95%: 0,45 a 1,26; p = 0,28).
Por outro lado, o acesso radial reduz o sangramento maior nos pacientes que receberam heparina como anticoagulação (OR: 0,57; IC 95% 0,43 a 0,77; p < 0,001) mas não reduz naqueles pacientes tratados com bivalirudina (OR: 0,96; IC 95% 0,65 a 1,41; p = 0,83). Não foram observadas diferenças em eventos adversos cardiovasculares maiores ou em mortalidade por qualquer causa entre bivalirudina e heparina independentemente da via de acesso.
Conclusão
A bivalirudina reduz o risco de sangramento somente naqueles pacientes tratados por acesso femoral e o acesso radial reduz o sangramento naqueles pacientes que recebem heparina. Não existe um benefício adicional na combinação de ambas as estratégias em pacientes com uma síndrome coronária aguda em curso.
Título original: Combined Use of Bivalirudin and Radial Access in Acute Coronary Syndromes Is Not Superior to the Use of Either One SeparatelyMeta-Analysis of Randomized Controlled Trials.
Referência: George S. Mina et al. J Am Coll Cardiol Intv. 2016;9(15):1523-1531.
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