Stents eluidores de biolimus e everolimus em doença coronariana: são similares em termos de segurança?

Gentileza do Dr. Guillermo Migliaro.

Stents eluidores de biolimus e everolimus em doença coronarianaStents eluidores de biolimus e everolimus: os eventos tardios como a trombose muito tardia do stent e a reestenose após o tratamento com os stents eluidores de droga (DES) de primeira geração foram vinculados à resposta inflamatória vascular no lugar da implantação. Isso foi relacionado com o fato de a presença do polímero duradouro ou permanente (PD) ter tido um papel central em dito processo inflamatório, que ocasionava, entre outras coisas, reendotelização retardada e neoaterosclerose.

 

Os DES com polímeros biodegradáveis (PB) foram desenvolvidos para mitigar o problema, proporcionando, por um lado, a alta eficácia dos DES e, por outro, a segurança de um stent metálico convencional.

 

Contudo, os DES de segunda geração que utilizam PD forma desenhados para melhorar a biocompatibilidade do polímero. Atualmente os DES de everolimus com suas plataformas de cromo-cobalto e cromo-platina com PD tornaram-se o padrão ouro por seu perfil de segurança e eficácia.

 

Embora tenham sido feitas comparações randomizadas entre os DES de biolimus com PB e os DES de everolimus com PD, ditas comparações careciam de poder para analisar individualmente aqueles eventos de baixa incidência como são a trombose definitiva do stent, a morte e o infarto.

 

O presente trabalho comparou a segurança e eficácia dos DES de biolimus com PB vs. os DES de everolimus com PD fazendo uma metanálise dos maiores estudos randomizados realizados até o momento: o estudo NEXT (n = 3.412) e o COMPARE II (n = 2.530), somando um total de 5.942 pacientes.

 

A análise foi feita com um seguimento de 3 anos dos seguintes desfechos: trombose definida do stent, desfecho combinado de morte, infarto e necessidade de novas revascularizações.

 

No final do seguimento, a trombose definida do stent foi de 0,8% no grupo DES PB vs. 0,4 no grupo DES PD (HR 1,71 IC 95% 0,76-3,88; p = 0,20), o desfecho combinado foi de 7,8% vs. 6,7% (HR 1,22 IC 95% 0,99-1,54 p = 0,07) e a necessidade de novas revascularizações foi de 6,4% em ambos os grupos (p = NS).

 

O infarto do miocárdio (IAM) foi de 6,5% no grupo PB vs. 5,3% no grupo PD (HR 1,35 IC 95% 1,04-1,75 p = 0,03), o que se atribuiu à maior incidência de IAM relacionados ao vaso tratado (5,6% vs. 4,5% HR 1,41 IC 95% 1,05-1,89; p = 0,02).

 

 

Conclusão

O estudo conclui que os DES de biolimus PB e os DES de everolimus PD apresentam um perfil de segurança e eficácia similares. O DES de biolimus PB, no entanto, apresenta maior incidência de IAM relacionado ao vaso tratado.

 

Comentário editorial

Interessante metanálise que não evidencia diferenças significativas entre o DES de biolimus com PB e o DES de everolimus com PD. A partir dos resultados do seguimento de 3 anos, os stents com PB não parecem oferecer vantagens em relação aos DES com PD e associam-se a maior incidência de infarto no vaso tratado e a um aumento de 50% na incidência de trombose do stent. Embora o afirmado anteriormente não seja suficiente para explicar o excesso de IAM, somado às características próprias das plataformas do DES eluidor de everolimus com struts mais finos, pode explicar o resto das diferenças encontradas em termos de incidência de IAM no vaso tratado.

 

Gentileza do Dr. Guillermo Migliaro. Hospital Alemão, Buenos Aires, Argentina.

 

Título original: Biolimus-eluting versus everolimus-eluting stents in coronary artery disease: A pooled analysis from the NEXT (Nobori biolimus-eluting versus Xience/Promus everolimus-eluting Stent) and COMPARE II (abluminal biodegradable polymer biolimus-eluting stent versus durable polymer everolimus eluting stent) randomized trials.

 

Referência: Vlachojannis G et al. Eurointervention 2017;12-1970-1977.


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