Gentileza do Dr. Carlos Fava.
A doença vascular periférica (EVP) se encontra em franca ascensão e relaciona com uma evolução difícil quando se associa à doença cardiovascular. Nos pacientes que recebem TAVI sua presença varia entre 28% e 42%, segundo distintos estudos. No entanto, seu real impacto na sobrevida ainda não foi completamente esclarecido.
Foram analisados 27.440 pacientes idosos com mais de 65 anos que receberam TAVI entre 2011 e 2015. Dentre eles, 4.810 apresentavam DVP (24,5%). Do total de procedimentos, 19.660 foram realizados por acesso femoral e 7.780 por acesso não femoral. Deste último subgrupo, 3.730 apresentavam DVP 47,9%).
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Os pacientes com DVP (em ambos os grupos) apresentavam as seguintes características: eram mais jovens (a maioria deles do sexo masculino) e exibiam um maior índice de hipertensão, diabete, doença coronariana, AVC e insuficiência cardíaca nas duas semanas prévias ao TAVI.
Com um ano de seguimento, os pacientes com DVP que foram submetidos a TAVI por acesso femoral apresentaram uma maior taxa de mortalidade (16,8% vs. 14,4%, adjusted hazard ratio: 1,14; p = 0,01), um grau mais alto de re-hospitalização (45,5% vs. 42,1%; HR: 1,11; p =< 0,01) e maior sangramento (23,1% vs. 19%; HR: 1,18; p < 0,001) quando comparados com os que não apresentavam DVP.
Leia também: “Eficácia do stent de micromalha na angioplastia carotídea”.
Os pacientes com DVP que foram submetidos a TAVI por acesso não femoral não apresentaram maior mortalidade ou readmissão dentro do primeiro ano de seguimento quando comparados com os que tinham DVP e foram tratados por acesso femoral.
Conclusão
A DVP é comum nos pacientes que são submetidos a TAVI por acesso femoral ou não femoral. Nos pacientes tratados por acesso femoral, a DVP se associa a maior incidência de eventos adversos em um ano em comparação com os que não a apresentam.
Comentário
Este Registro de STS/ACC TVT demonstra que 1 de cada 4 pacientes submetidos a TAVI apresentam DVP, o que leva a uma pior evolução em um ano de seguimento.
A utilização do acesso femoral nos que apresentam DVP se associou a maior presença de eventos em comparação com os acessos não femorais. Isso pode estar influenciado pelo “frenchaje” dos introdutores necessários para realizar ditos procedimentos.
Seguramente, os resultados aqui relatados melhorarão com a disponibilidade das novas válvulas ou com as que virão no futuro e que, certamente, reduzirão o perfil. A utilização de acessos não femorais implica um maior desafio e não estão livres de complicações.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título original: Peripheral Artery Disease and Trancatheter Aotic Valve Replacement Outcomes A Report From the Society of Thoracic Surgerons/American College of Cardilogy Trancatheter Therapy Registry.
Referência: Alexander Fanaroff. Circ cardiovasc Intev 2017;10:e005456.
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