São seguros os sistemas de oclusão percutânea no TAVI e nos aneurismas

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Na atualidade, um dos desafios aos quais nos enfrentamos é poder realizar os procedimentos que requerem acessos introdutores de grande tamanho de forma simples sem necessitar intervenção cirúrgica e realizando a oclusão com dispositivos percutâneos com qualidade e segurança. Embora existam vários dispositivos, os mesmos requerem uma “curva de aprendizagem” e a informação de que dispomos provém somente de estudos pequenos não randomizados.

Cierre percutáneo en fuga paravalvular post TAVIForam incluídos 221 pacientes que receberam TAVI e 33 que receberam implante de endoprótese por aneurisma de aorta toracoabdominal. Utilizou-se como sistema de oclusão percutânea o Perclose ProGlide® Suture-Mediated Closure System (Abbott Vascular), que foi colocado antes do procedimento para sua posterior oclusão vascular no término do mesmo. Além disso, empregou-se o Glubran 2, que foi injetado ao finalizar a oclusão para controle da hemostasia. Também com o objetivo de realizar a hemostasia, introduziu-se por acesso contralateral um fio-guia e um balão periférico.

 

A idade média dos pacientes foi de 82 anos, mais da metade eram mulheres, 32% deles diabéticos, com uma taxa de 23,2% de infarto prévio. O EuroSCORE foi de 20,2 ± 2,32. 78% apresentava e-GFR < 60 ml/min e 3,6% estava em diálise.


Leia também: Os dispositivos Amplatzer e Figulla demonstram ser seguros para a oclusão percutânea do forame oval pérvio.


O sucesso da oclusão do acesso com o Perclose ProGlide® mais o Glubran 2 foi de 98,4%. Em 4 pacientes (1,6%) foi necessário realizar dilatação com balão após a oclusão da sutura pelo fato de os mesmos apresentarem estenose severa, tendo sido o problema resolvido com dita estratégia.

 

O sangramento menor VARC-2 se deu em 4 dos pacientes (1,6%). Nenhum paciente apresentou sangramento maior VARC-2 nem necessitou ir a cirurgia para ocluir o acesso arterial. A compressão manual foi de 3,5 ± 1,5 minutos e o tempo total do procedimento foi de 89,35 ± 29,34 minutos.


Leia também: Resultados contemporâneos da embolização septal em cardiomiopatia hipertrófica.


Após 30 dias a mortalidade foi de 0,4% de causa não cardíaca e nenhum paciente apresentou sangramento VARC-2.

 

Conclusão

Os resultados deste estudo sugerem que o uso da técnica ProGlide / Glubran é efetivo e seguro para a oclusão dos acessos transfemorais no TAVI e nos aneurismas da aorta toracoabdominal. No entanto, estes resultados devem ser confirmados em estudos randomizados controlados antes de serem adotados como uma prática clínica de rotina.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

Título original: A new Percutaneous technique for effective vascular Access Site closure in patients undergoing Transfemoral aortic valve implantation and thoraco-abdominal aortic aneurysm rEpair: the PASTE study.

Referência: Giovanni Sorropago, et al. EuroIntervention 2018;14: e1278-e1285


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...

É realmente necessário monitorar todos os pacientes após o TAVI?

Os distúrbios de condução (DC) posteriores ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) constituem uma complicação frequente e podem incidir na necessidade de um...

Valvoplastia aórtica radial: vale a pena ser minimalista?

A valvoplastia aórtica com balão (BAV) foi historicamente empregada como estratégia de “ponte”, ferramenta de avaliação ou inclusive tratamento paliativo em pacientes com estenose...

Fibrilação atrial após oclusão percutânea do forame oval patente: estudo de coorte com monitoramento cardíaco implantável contínuo

A fibrilação atrial (FA) é uma complicação bem conhecida após a oclusão do forame oval patente (FOP), com incidência relatada de até 30% durante...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...