Tratamento médico vs. endovascular em dissecção tipo B não complicada

Com várias idas e voltas o tratamento de uma dissecção aórtica tipo B não complicada continua sendo incerto. Vários trabalhos com limitações metodológicas mostraram que o tratamento endovascular somado ao melhor tratamento médico poderia ser benéfico vs. apenas o tratamento médico. 

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A razão de ser desta metanálise foi tentar definir mais claramente a estratégia de tratamento em pacientes com dissecções tipo B agudas ou subagudas não complicadas. Para isso, foi feita uma revisão sistemática e metanálise de estudos observacionais e randomizados. 

O desfecho primário foi a mortalidade precoce, as reintervenções, a mortalidade tardia por qualquer causa, a mortalidade relacionada com a aorta e as reintervenções tardias. 


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Foram analisados 6 estudos com um total de 14.706 pacientes, dentre os quais 1.066 receberam tratamento endovascular. 

Não foram observadas diferenças significativas entre o tratamento endovascular e o tratamento médico tanto no que se refere à mortalidade precoce (p = 0,46), reintervenções precoces (p = 0,19) ou cirurgia (p = 1).

O tratamento médico se associou significativamente a um menor risco de AVC precoce (p = 0,002) mas com um maior risco de mortalidade tardia por qualquer causa (p < 0,001) e mortalidade relacionada à aorta (p = 0,001) em comparação com o tratamento endovascular. 

Conclusão

Devido ao limitado número e, sobretudo, à limitada qualidade dos trabalhos que estudaram o tratamento endovascular vs. o tratamento médico para pacientes com dissecção tipo B aguda ou subaguda não complicada, é incerto dar uma recomendação categórica a esse respeito. É necessário contar com mais informação para saber que tipos de dissecções e em que tipo de pacientes um tratamento preventivo poderia ser benéfico. 

Título original: Endovascular vs. Medical Management for Uncomplicated Acute and Subacute Type B Aortic Dissection: A Meta-analysis.

Referência: Martin Hossack et al. Eur J Vasc Endovasc Surg. Article in press.


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