Uma lesão significativa na artéria carótida interna somada à oclusão da carótida contralateral é um óbvio fator de alto risco para um procedimento de revascularização. Segundo esta recente publicação feita no JACC, no entanto, isso é válido para a cirurgia mas não para a angioplastia.
A presença de uma oclusão carotídea contralateral é um fator de alto risco já estabelecido para pacientes que recebem endarterectomia carotídea, embora recentes estudos observacionais tenham colocado esse paradigma em dúvida.
O objetivo deste trabalho foi determinar o impacto clínico da oclusão contralateral em pacientes contemporâneos que receberam endarterectomia ou angioplastia carotídea.
Todos os pacientes de um registro nacional que foram submetidos a revascularização carotídea e que apresentavam oclusão da carótida contralateral foram incluídos na análise.
O desfecho primário foi uma combinação de morte, AVC e infarto.
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De 58.423 pacientes que forma submetidos a revascularização carotídea, 7,9% (n = 4624) tinham a carótida contralateral ocluída. Entre estes últimos, 68,9% (n = 3185) foram encaminhados a cirurgia e 31,1% (n = 1439) a angioplastia. Quase a metade dos pacientes (45,4%) se apresentou com doença sintomática por AVC ou acidente isquêmico transitório.
Após realizar múltiplos ajustes por diferentes variáveis observou-se que o antecedente de oclusão da carótida contralateral se associou a 71% de incremento do risco de eventos após a endarterectomia (p < 0,001) em comparação com a ausência de incremento de risco com a angioplastia (OR 0,94; IC 95%, p = 0,64).
Conclusão
A oclusão da carótida contralateral é um importante fator de risco para os pacientes que são submetidos a endarterectomia mas não para aqueles que são submetidos a angioplastia. Isso deve ser levado em consideração no momento de decidir a estratégia de revascularização.
Título original: Clinical Impact of Contralateral Carotid Occlusion in Patients Undergoing Carotid Artery Revascularization.
Referência: Anna K Krawisz et al. J Am Coll Cardiol. 2021 Feb 23;77(7):835-844. doi: 10.1016/j.jacc.2020.12.032.
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