O COAPT volta renovado para a insuficiência mitral funcional

Os pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência mitral secundária a severa podem se beneficiar com a reparação percutânea da valva mitral. Esses benefícios foram observados no seguimento de 3 anos inclusive em desfechos tão duros como a mortalidade. 

COAPT insuficiencia mitral funcional

O estudo COAPT (Cardiovascular Outcomes Assessment of the MitraClip Percutaneous Therapy for Heart Failure Patients with Functional Mitral Regurgitation) mostrou uma redução das hospitalizações e da mortalidade em 24 meses. 

Estes foram os resultados originais do COAPT apresentados no EuroPCR 2019. Haviam sido incluídos 614 pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência mitral secundária moderada a severa que continuavam sintomáticos apesar do tratamento médico ótimo (TMO) randomizados a MitraClip e TMO vs. somente TMO. 

A novidade agora é o maior seguimento com a manutenção do benefício original. 


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O risco anualizado de internação por insuficiência cardíaca foi de 35,5% para o grupo que recebeu MitraClip vs. 68,8% para o grupo TMO (HR 0,49; IC 95% 0,37 a 0,63; p < 0,001). É necessário tratar 3 pacientes com MitraClip para conseguir esse benefício (NNT).

A mortalidade foi de 42,8% no grupo MitraClip vs. 55,5% no grupo controle (HR: 0,67; IC 95%: 0,52 a 0,85; p = 0,001). O benefício em termos de mortalidade é alcançado tratando 8 pacientes. 

Os pacientes tratados mantiveram no tempo de seguimento a melhora da insuficiência mitral, da qualidade de vida e da capacidade funcional. 


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58 pacientes randomizados a TMO cruzaram ao braço MitraClip, observando-se um benefício com o cruzamento tanto em termos de mortalidade quanto em internações por insuficiência cardíaca vs. os que continuaram durante todo o seguimento com TMO. 

Conclusão

Os pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência mitral secundária que continuam sintomáticos apesar do tratamento médico ótimo se beneficiam com a reparação mitral com MitraClip. Esse benefício é duradouro, reduz as internações e melhora a sobrevida, a qualidade de vida e a capacidade funcional no seguimento de 3 anos. 

Os pacientes que cruzaram de um braço a outro (TMO a MitraClip) apresentaram um prognóstico similar ao dos pacientes que foram randomizados originalmente a MitraClip. 

Título original: 3-Year Outcomes of Transcatheter Mitral Valve Repair in Patients With Heart Failure.

Referência: Michael J Mack et al. J Am Coll Cardiol. 2021 Mar 2;77(8):1029-1040. doi: 10.1016/j.jacc.2020.12.047.


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