ESC 2021 | Empagliflozina em insuficiência cardíaca com função deteriorada e preservada

Os resultados completos do EMPEROR-Preserved confirmam os resultados de que a Empagliflozina diminui o risco de morte ou hospitalizações por insuficiência cardíaca (ICC) tanto em pacientes com função deteriorada quanto preservada. 

ESC 2021 | Empagliflozina en insuficiencia cardíaca con función deteriorada y preservada

O desfecho primário (uma combinação de morte e hospitalizações por insuficiência cardíaca) foi reduzido em 21% em termos relativos com o inibidor do cotransportador de sódio/glicose 2 ou SGLT2 (13,8% vs. 17,1%; HR 0,79; IC 95% 0,69 a 0,90). Essa diferença foi basicamente conduzida pela redução nas hospitalizações. É necessário tratar 31 pacientes para evitar um evento.

Os resultados publicados simultaneamente no NEJM e no ESC 2021 representam o primeiro trabalho da história em mostrar o benefício de uma droga em pacientes com insuficiência cardíaca tanto com fração de ejeção preservada quanto deteriorada. 

Um trabalho positivo em ICC com fração conservada não saía à luz fazia pelo menos 15 anos.

Em outros estudos prévios (EMPEROR-Reduced e DAPA-HF), a Empagliflozina e outros inibidores do SLGT2 tinham demonstrado uma redução de eventos clínicos em pacientes com fração de ejeção deteriorada. 

Entretanto, até agora nenhum trabalho tinha sido dedicado aos pacientes com fração de ejeção preservada.

O EMPEROR-Preserved randomizou 5.988 pacientes em classe funcional II-IV e uma fração de ejeção superior a 40% (média de idade 75 anos e fração de ejeção média de 54%) a 10 mg de Empagliflozina uma vez por dia vs. placebo (todos com o resto dos fármacos ótimos). Quase a metade dos pacientes incluídos tinha diagnóstico de diabetes.


Leia também: ESC 2021 | COVERT-MI: a colchicina tenta reduzir o tamanho do infarto.


A redução observada no desfecho primário foi em sua maioria atribuída a um menor número de hospitalizações por insuficiência cardíaca, tanto a primeira quanto as subsequentes (407 vs. 541; HR 0,73; IC 95% 0,61-0,88).

O trabalho também mostrou uma desaceleração na deterioração da função renal comparada com o placebo.

Os efeitos adversos mais comuns foram infecções urinárias não complicadas e hipotensão.

Os resultados do EMPEROR-Reduced (incluiu os pacientes com ICC, mas com fração reduzida) também foram apresentados no NEJM.


Leia também: ESC 2021 | ISAR-REACT 5: O prasugrel supera o ticagrelor em SCA em todo o espectro da função renal.


Globalmente os resultados mostraram uma redução consistente dos eventos nas duas pesquisas EMPEROR com uma redução de 30% das hospitalizações na faixa de fração de ejeção entre 25% ou de menos de 65%.

A proteção renal foi mais evidente e significativa para aqueles pacientes com fração de ejeção abaixo de 50% (p=0.02).

EMPEROR-Preserved Emperor

Título original: Empagliflozin in heart failure with a preserved ejection fraction. EMPEROR-Preserved Trial Investigators

Referência: Presentado por Anker SD en el ESC 2021 y publicado simultáneamente en NEJM.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

AHA 2025 | DAPT-MVD: DAPT estendido vs. aspirina em monoterapia após PCI em doença multivaso

Em pacientes com doença coronariana multivaso que se mantêm estáveis 12 meses depois de uma intervenção coronariana percutânea (PCI) com stent eluidor de fármacos...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | OPTIMA-AF: 1 mês vs. 12 meses de terapia dual (DOAC + P2Y12) após PCI em fibrilação atrial

A coexistência de fibrilação atrial (FA) e doença coronariana é frequente na prática clínica. Os guias atuais recomendam, para ditos casos, 1 mês de...

AHA 2025 | Estudo OCEAN: anticoagulação vs. antiagregação após ablação bem-sucedida de fibrilação atrial

Após uma ablação bem-sucedida de fibrilação atrial (FA), a necessidade de manter a anticoagulação (ACO) a longo prazo continua sendo incerta, especialmente considerando que...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...