Angioplastia com balões eluidores de fármacos em CTO femoropoplíteas: intraluminal ou subintimal?

Os pacientes com doença vascular periférica frequentemente apresentam comprometimento do território femoropoplíteo (FP). Estima-se que aproximadamente 50% das lesões nessa área são oclusões totais crônicas (CTO). Embora a taxa de sucesso técnico do tratamento das CTO periféricas tenha melhorado, ainda não estão completamente determinados os resultados clínicos a longo prazo. 

Angioplastia con balones liberadores en oclusiones totales crónicas femoropoplíteas

Em investigações anteriores, foram avaliados os resultados do tratamento com stents no território FP, chegando-se a resultados comparáveis entre a abordagem intraluminal e subintimal. No entanto, a evidência sobre o tratamento com balões eluidores de fármacos (DCB) em CTO foi limitada. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a segurança clínica da angioplastia com DCB na abordagem intraluminal vs. subintimal na CTO do território FP, com um baixo índice de uso de stents de resgate. 

Foram analisados os dados do registro POPCORN (Prospective Multi-Center Registry of Drug-Coated Balloon for Femoropopliteal Disease), que incluiu pacientes de mais de 20 anos tratados com DCB (IN.PACT Admiral e Lutonix) por doença FP em 81 centros cardiovasculares do Japão. Foram avaliados um total de 3165 lesões FP, das quais 819 eram CTO (com possibilidade de realização de IVUS em 469 lesões). 

O desfecho primário foi a liberdade de reestenose. Os desfechos secundários incluíram a liberdade de revascularização do vaso alvo, o índice de salvamento de membros e a sobrevivência média. A via de cruzamento do guia foi avaliada com IVUS uma vez que se alcançou o cruzamento, seja por via intraluminal ou subintimal. 

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Dos 469 pacientes incluídos, 198 foram tratados com a técnica subintimal e 271 com a técnica intraluminal.  Durante um seguimento médio de 14,2 meses, observou-se reestenose em 140 pacientes. O grupo tratado com a técnica intraluminal mostrou uma maior prevalência de sexo masculino, doença renal crônica, maior gravidade segundo a classificação de Rutherford e maior comprimento da CTO. 

A proporção de pacientes com dissecção severa (8,8% vs. 9,9%; p = 0,77) e a necessidade de stent de resgate (10,5 vs. 9,7%; p = 0,69) não diferiu entre as técnicas. A frequência de complicações perioperatórias foi similar entre os grupos. Contudo, o grupo tratado com a técnica subintimal mostrou uma menor taxa de liberdade de reestenose (77,0%; IC de 95%: 70,7%-83,8%) em comparação com o grupo intraluminal (84,2%; IC de 95%:79,2%-89,6%; p = 0,024).

Os fatores que afetaram de maneira independente aumentando o risco de reestenose foram o tabagismo, a calcificação severa e o tipo de DCB. 

Conclusões

Em conclusão, este estudo sugere que a angioplastia intraluminal com DCB apresenta melhores resultados em termos de liberdade de reestenose em um ano em comparação com a técnico subintimal. Além disso, destaca-se a importância de uma correta avaliação do cruzamento utilizando IVUS. 

Dr. Omar Tupayachi

Dr. Omar Tupayachi.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Intraluminal vs Subintimal Drug-Coated Balloon Angioplasty for the Treatment of Femoropopliteal Chronic Total Occlusions.

Fonte: Toyoshima T, Takahara M, Iida O, Tomoi Y, Kawasaki D, Tanaka A, Yamauchi Y, Tobita K, Kozuki A, Fujihara M, Higuchi Y, Soga Y; POPCORN Investigators. Intraluminal vs Subintimal Drug-Coated Balloon Angioplasty for the Treatment of Femoropopliteal Chronic Total Occlusions. JACC Cardiovasc Interv. 2024 Mar 11;17(5):608-618. doi: 10.1016/j.jcin.2023.12.028. PMID: 38479962.


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