Balão liberador de paclitaxel também em vasos pequenos.

Título original: A Randomized Multicenter Study Comparing a Paclitaxel Drug-Eluting Balloon With a Paclitaxel-Eluting Stent in Small Coronary Vessels. The BELLO (Balloon Elution and Late Loss Optimization) Study Referência: Referencia: Azeem Latib et al J Am Coll Cardiol 2012;()doi:10.1016/j.jacc.2012.09.020

A utilidade dos balões liberadores de paclitaxel para tratar a reestenose intrastent é conhecida, embora os dados para lesões de novo sejam mais limitados.  O objetivo desse trabalho foi avaliar a eficácia dos balões liberadores de paclitaxel (DEB) em comparação com stents liberadores de paclitaxel (PES) para a redução da reestenose em vasos pequenos.

Este estudo multicêntrico e prospectivo, randomizou 182 pacientes com lesões em vasos pequenos (diâmetro de referência < 2,8 mm) para receber balão liberador de paclitaxel e stent convencional provisório (n=90) ou stent liberador de paclitaxel.

O desfecho primário de não inferioridade foi a perda tardia de lúmen com um delta de 0,25 mm. Os desfechos secundários foram reestenose binária, revascularização da lesão e MACE (morte, infarto do miocárdio e revascularização) em 6 meses.

Os dois grupos foram bem equilibrados, exceto pelo menor diâmetro nos vasos tratados com DEB (2,15 ± 0,27 mm em contraste com 2,25 ± 0,24 mm, p = 0,003). 20% do grupo DEB precisou depois da dilatação de um stent convencional de resgate.

O desfecho primário foi significativamente menor com DEB comparado com PES (0.08 ± 0.38 mm em contraste com 0.29 ± 0.44 mm; p para não inferioridade < 0.001; p para superioridade = 0.001). Após 6 meses os dois foram similares quanto à reetenose binária (DEB 8.9% em contraste com PES 14.1%; p = 0.25), revascularização da lesão (DEB 4.4% vs. PES 7.6%; p = 0.37) e MACE (DEB 7.8% em comparação com PES 13.2%; p = 0.77).

Conclusão: 

A angioplastia em vasos pequenos com balão liberador de paclitaxel apresentou menor perda tardia de lúmen com reestenose e revascularização similares às dos stents liberadores de paclitaxel após 6 meses.

Comentário editorial: 

Os resultados são promissores, especialmente levando em conta que a média dos vasos foi < 2,5 mm. Seria muito interessante um acompanhamento em mais longo prazo e com objetivo primário clínico, assim como fazer a comparação contra stents liberadores de limus de última geração.

SOLACI.ORG

Mais artigos deste autor

É realmente necessário monitorar todos os pacientes após o TAVI?

Os distúrbios de condução (DC) posteriores ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) constituem uma complicação frequente e podem incidir na necessidade de um...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

Valvoplastia aórtica radial: vale a pena ser minimalista?

A valvoplastia aórtica com balão (BAV) foi historicamente empregada como estratégia de “ponte”, ferramenta de avaliação ou inclusive tratamento paliativo em pacientes com estenose...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...