Stents autoexpansíveis melhoram o mau posicionamento na angioplastia primária

Título original: Self-Expanding Versus Balloon-Expandable Stents in Acute Myocardial Infarction: Results From the APPOSITION II Study Referência: Robert-Jan van Geuns et al. J Am Coll Cardiol Intv 2012;5:1209–19

O infarto agudo do miocárdio está associado com vasoconstrição e oclusão com trombo. A resolução destes dois pontos durante as primeiras horas após a angioplastia primária pode levar a um mau posicionamento e má expansão do stent que foi implantado com o consequente risco de trombose e reestenose. 

Além disso, o implante agressivo poderia ocasionar embolização distal. Nesse estudo foi testada a hipótese de que os stents autoexpansíveis são mais efetivos que os stents balão expansíveis para reduzir o mau posicionamento após a angioplastia primária.

Foram randomizados 80 pacientes com infarto agudo do miocárdio com elevação do ST que foram para angioplastia primária para receber stent autoexpansível (STENTYS, Paris, France) ou stent balão expansível (VISION, Abbott Vascular, Santa Clara, Califórnia; ou Driver, Medtronic, Mineápolis, Minnesota). 

O desfecho primário consistiu na proporção de mau posicionamento dos struts depois de 3 dias do implante por tomografia de coerência óptica (OCT). O desfecho secundário foram os eventos cardíacos maiores (morte cardíaca, infarto recorrente, cirurgia bypass de emergência). 

Depois de três dias do implante, os stents autoexpansíveis apresentaram uma menor porcentagem de mau posicionamento dos struts comparados com os balão expansíveis (0.58 % em contraste com 5.46 % respectivamente; p<0.001). Os eventos cardíacos maiores em 6 meses não foram significativamente diferentes entre os grupos.

Conclusão: 

Os stents autoexpansíveis apresentaram menor mau posicionamento dos struts por OCT que os stents balão expansíveis depois da angioplastia primária.

Comentário editorial: 

Este estudo não tem suficiente poder estatístico para mostrar diferenças clínicas entre os dois tipos de stents; no entanto, nos mostra a viabilidade e segurança dos stents autoexpansíveis que já foram testados também nas bifurcações. Particularmente notável é a ausência de dados sobre o grau de TIMI 3 e Blush pós implante. 

Cortesia Dr. Gustavo Hidalgo.
Fellowship Cardiologia Intervencionista.
Fundação Favaloro.

Dr. Gustavo Hidalgo para SOLACI.ORG

Mais artigos deste autor

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...