A evolução da experiência dos operadores, no ritmo da contínua melhoria dos dispositivos, permitiu que atualmente realizemos procedimentos que há poucos anos sequer eram imaginados mesmo pelo mais entusiasmado cardiologista intervencionista.
Não é necessário nenhum grande esforço intelectual para afirmar que o futuro avançará inexoravelmente neste mesmo sentido. O mesmo sucede em outras especialidades distantes da cardiologia nas quais a cirurgia vai ficando relegada a casos cada vez mais complexos. No entanto, é lógico que no progresso da ciência nem são todas as notícias sejam positivas. Os procedimentos mais complexos são mais prolongados e automaticamente implicam maior dose de radiação, não apenas para o paciente, mas também para os operadores médicos e não médicos da sala.
Nesse sentido é que acreditamos saudável ressaltar nossa preocupação em relação a esse tema e decidimos no contexto de um grupo multidisciplinar que se dedica à proteção radiológica em cardiologia intervencionista dentro da Organização Internacional de Energia Atômica (OIEA) com sede em Viena, Áustria, redigir algumas “Recomendações sobre proteção radiológica ocupacional em cardiologia intervencionista”, focalizando nesta primeira instância o cuidado do profissional e deixando para mais adiante o cuidado do paciente.
Tratamos de escrever um trabalho com enfoque prático para que os operadores e o pessoal de sala de operação possam identificar as medidas mais úteis sobre proteção radiológica e pretendemos que seu conhecimento redunde em uma adequada prevenção de efeitos estocásticos e deterministas no futuro. Foi uma verdadeira satisfação que uma revista prestigiosa como “Catheterization and Cardiovascular Interventions” tivesse aceitado nosso trabalho para publicação e queremos compartilhar isto com todos os sócios da SOLACI.
Dr. Ariel Durán, FACC
Comissão de Segurança Radiológica SOLACI
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Ariel Durán