Título original: Influence of access site choice on incidence of neurologic complications after percutaneous coronary intervention. Referência: Karim Ratib et al. Am Heart J 2012;0:1-8 Article in press.
As complicações neurológicas após angioplastia coronariana (ATC) são raras, mas estão associadas com aumento de oito vezes da mortalidade.
O acesso radial tem muitas vantagens em relação ao acesso femoral, mas poderia, teoricamente, levar a uma maior incidência de acidente vascular cerebral (AVC), devido à passagem de cateteres pela artéria subclávia e pelo tronco braquiocefálico. Este estudo incluiu 370.238 pacientes do registro de angioplastias da Sociedade Britânica de Cardiologia Intervencionista (BCIS) realizadas durante um período de cinco anos.
De 2006 a 2010, a percentagem de acesso radial aumentou de 17,1% para 50,8% (p<0,0001). Os pacientes que receberam acesso radial eram mais frequentemente jovens, homens, com antecedentes de AVC, doença vascular periférica, passando por uma síndrome coronariana aguda e infusão de inibidores da glicoproteína IIBIIIA, mas menos diabéticos. Os que receberam acesso femoral apresentaram mais frequentemente insuficiência renal, cirurgia de revascularização anterior, se encontravam em choque e precisaram de balão de contrapulsação (IABP).
Depois de ajustar todas as variáveis foi observada uma incidente idêntica de 0,11% de acidente vascular cerebral entre ambos os acessos. Foram preditores o uso de IABP, antecedentes de AVC, choque e a apresentação como síndrome coronariana aguda. Durante os cinco anos de observação a incidência de AVC após ATC aumentou de 0,08% para 0,14% (p<0,001), mas sem diferenças entre os locais de acesso.
Conclusão:
Nesta grande amostra de pacientes, o local de acesso para a angioplastia não foi preditora de eventos neurológicos periprocedimento.
Comentário editorial:
Com as limitações de ser observacional este é o maior grupo que se dedicou especificamente a encontrar diferenças entre os acessos. Levar em conta a rápida mudança de femoral para radial com o que se esperaria uma grande quantidade de operadores no início da curva de aprendizagem e, apesar disto, a incidência de AVC foi idêntica. O aumento da incidência global de AVC após angioplastia que foi observada poderia ser devido à maior complexidade dos pacientes que foram tratados.
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