Título original: Prevalence of Regional Myocardial Thinning and Relationship With Myocardial Scarring in Patients With Coronary Artery Disease. Referência: Dipan J. Shah et al. JAMA. 2013;309(9):909-918
Considera-se que o adelgaçamento da parede ventricular representa uma área de infarto crônico. De fato as diretrizes europeias e norte-americanas mais recentes apontam que “as imagens que evidenciem um adelgaçamento localizado da parede com ausência de contração, sem outras causas além da isquêmica são diagnóstico de infarto crônico”. Recentemente foi incorporada a ressonância magnética nuclear com realce tardio (RN) para o estudo de pacientes com cardiopatia isquêmica que poderia pôr em dúvida o padrão anterior.
Este estudo prospectivo incluiu 1.055 pacientes com antecedentes de cardiopatia isquêmica entre 2000 e 2008 a que foram submetidos à RMN em equipamentos de 1.5T. Foi considerada como adelgaçamento da parede uma espessura ≤ 5,5 mm ao final da diástole. Também foi analisada a extensão de tecido cicatricial (áreas hiperintensas) dentro da região adelgaçada. Dos 1.055 pacientes analisados, 201 pacientes (19%) apresentavam adelgaçamento da parede em alguma região do ventrículo esquerdo.
Os pacientes submetidos a revascularização da artéria correspondente da região adelgaçada mostraram na RMN de acompanhamento uma melhora da contratilidade desta região (RR=0,72, p<0,001), uma melhora da função sistólica global (RR=0,53, p<0,001) e uma redução no volume de fim de diástole (RR=0,42, p=0,007). Também foi observado um desaparecimento das ondas Q no eletrocardiograma. O anterior foi inversamente proporcional à extensão de tecido cicatricial dentro da região adelgaçada.
Conclusão:
Os pacientes com doença cardíaca enviados para ressonância magnética apresentam regiões adelgaçadas do miocárdio com um grau variável de extensão cicatricial dentro das mesmas. Aqueles submetidos à revascularização da artéria correspondente à área adelgaçada mostraram uma melhora da contratilidade localizada e solução do adelgaçamento que foi inversamente proporcional à extensão da cicatriz.
Comentário editorial:
Este trabalho tem como maior limitação que a decisão de revascularizar esteve a critério dos médicos encarregados do tratamento o que poderia trazer um importante viés de seleção. Os resultados desse trabalho que contrariam as diretrizes e paradigmas atuais devem ser confirmados em estudos randomizados.
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