Título original: Trends in cause of death after percutaneous coronary intervention. Referência: Spoon DB et al. Circulation. 2014; Epub ahead of print.
Este trabalho retrospectivo avaliou a causa específica de morte em 19077 pacientes que receberam angioplastia em um centro entre 1991 e 2008. Para realizar a análise dividiu-se o seguimento em três períodos de tempo: 1991-1996, 1997-2002 e 2003-2008.
Do total de pacientes incluídos, 6998 faleceram no seguimento (37%, 4.48/100 pacientes-ano) dentro dos quais foi possível determinar a causa específica de morte em 6857 (98.1%).
A mortalidade cardíaca registrada para o período 1991-1996 resultou de 9.8%, diminuindo a 7.4% para 1997-2002 e finalmente a 6.6% para o último período o que significa uma diminuição de 33% na morte cardíaca dentro dos 5 anos da angioplastia índice. Concomitantemente observou-se um aumento de 57% na morte de causas não cardíacas (7.1%, 8.5% e 11.2% respectivamente).
Atualmente só 36.8% dos pacientes que recebem angioplastia morrem de causa cardíaca, observa-se uma tendência similar nos diferentes subgrupos como idosos, extensão da doença coronária e indicação da angioplastia (angina crônica ou síndrome coronária aguda).
Logo de ajustar todas as variáveis basais, observou-se uma diminuição de 50% na mortalidade cardíaca com o passar dos anos e uma taxa similar de morte não cardíaca.
A diminuição na morte cardíaca foi graças a uma menor taxa de infartos fatais e mortes súbitas (p<0.001) mas não a mortes por insuficiência cardíaca (p=0.85). O aumento nas mortes não cardíacas foi por causa, principalmente, de câncer e outras doenças crónicas (p<0.001).
Conclusão
Este trabalho mostrou uma acentuada mudança nas últimas duas décadas com respeito à causa de morte nos pacientes que receberam angioplastia (de principalmente cardíacas a principalmente não cardíacas). A redução em morte cardíaca foi independente das mudanças nas características basais observadas nesse mesmo período de tempo.
Comentário editorial
Os períodos de tempo para realizar a divisão foram escolhidos para se corresponderem aproximadamente com as mudanças na forma em que as angioplastias eram realizadas: angioplastia com balão e stent provisório em 1991-1996, angioplastia com stent convencional de rotina em 1997-2002 e angioplastia com stent farmacológico de rotina em 2003-2008. Chama a atenção que a morte por insuficiência cardíaca tem se mantido estável no decorrer do tempo e apesar de todos os avanços tanto farmacológicos como em matéria de dispositivos
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