Título original: Comparative effectiveness of endovascular andsurgical revascularization for patients with peripheralartery disease and critical limb ischemia: Systematicreview of revascularization in critical limb ischemia. Referência: W Schuyler Jones, et al. (Am Heart J 2014; 167:167:489-498.e7)
A isquemia crítica dos membros inferiores constitui a condição mais grave da arteriopatia periférica. A mobilidade, mortalidade e custos relacionados com a mesma estão bem documentados, sem embargo o método de escolha para prevenir amputação, morte e preservar a capacidade funcional não está definido.
O presente trabalho revisou os estudos relevantes publicados de 1995 até 2012, nos que foi comparada a técnica endovascular com a cirúrgica quanto a morte, eventos cardiovasculares, amputação, qualidade de vida, pâtencia do caso tratado e re intervenção.
Foram escolhidos 23 estudos nos que foram comparadas ambas técnicas em um total de 12,779 pacientes com isquemia crítica de membro inferior. Um dos estudos foi randomizado e 22 foram observacionais. A média de idade dos pacientes oscilou entre 61 e 83 anos, a quantidade de pacientes avaliados variou entre 73 e 4,929 e a duração dos estudos de 30 dias a 60 meses. A qualidade dos estudos avaliados também foi variável.
Quanto à mortalidade de toda causa, achou-se uma superioridade não significativa da técnica endovascular aos 6 meses, sem embargo esta desapareceu após dois anos, sendo igual em ambas técnicas. Também não foi achada diferença entre as técnicas ao avaliar amputação no longo prazo. Nove estudos avaliaram a patência do vaso, sendo superior na técnica endovascular. Um dos estudos avaliou o tempo de cicatrização de feridas crónicas, sendo este menor na técnica cirúrgica.
Os estudos mencionados avaliaram também outras variáveis como idade, fatores anatómicos, perda de tecido e técnica utilizada, com resultados variáveis sem importância estatística. Nenhum estudo considerou subgrupos por sexo, raça, hábito de fumar ou presença de insuficiência renal.
Conclusão
A conclusão extraída da presente meta análise é que a evidência disponível no momento para o tratamento da isquemia crítica do membro inferior é limitada, já que está baseada em poucos estudos, a maior parte deles não randomizados, e não encontra superioridade entre a angioplastia e a cirurgia.
Comentário editorial
O único estudo randomizado de importância no momento é o BASIL, que recrutou pacientes há mais de 10 anos para comparar ambas técnicas, sem embargo no braço endovascular, não foram usadas as tecnologias atuais quanto a stents, balões, etc. Ainda assim, em 2011, baseados nesta informação, foram atualizados os guias existentes, indicando que ambas técnicas eram similares. Faltam estudos randomizados que comparem ambas técnicas, utilizando tecnologias atuais.
Gentileza do Dr Alfonso Francisco Balaguer Quiroga,
Cardiologista Intervencionista.
Clínica Internacional. Lima, Perú.
Dr. Alfonso Francisco Balaguer Quiroga