A hipotermia na fase hospitalar a 32-34°C melhora a evolução neurológica dos pacientes reanimados logo de uma fibrilação ventricular fora do ambiente hospitalar. Em um cérebro normal a hipotermia reduz a taxa de metabolismo cerebral em um 6% por cada grado de redução da temperatura por cima de 28°C.
A hipotermia leve também pode suprimir algumas reações químicas pós reperfusão, incluindo a produção de radicais livres, liberação de aminoácidos excitatórios e liberação de cálcio que leva ao dano mitocondrial e à apoptose.
Além destes possíveis benefícios a hipotermia pode ter também efeitos adversos como arritmias, infecções e coagulopatias. A hipotermia induzida na fase pré hospitalar pode resultar em uma melhor evolução comparada à realizada somente no hospital.
Este trabalho randomizou 1364 pacientes atendidos por uma parada cardíaca extra hospitalar, a infusão endovenosa rápida de 2 litros de solução salina a 4°C mais sedação e bloqueio neuromuscular vs tratamento convencional. O critério de avaliação primário foi a sobrevida e o estado neurológico na alta.
A sobrevida foi semelhante entre ambos grupos tanto para os pacientes que apresentavam fibrilação ventricular ao início (62,7 vs 64,3%; p=0,69) como para os que apresentavam um ritmo diferente da fibrilação ventricular (19,2 vs 16,3%). A intervenção também não melhorou o estado neurológico na alta.
Os pacientes que receberam a infusão de solução salina a 4° sim apresentou uma maior incidência de nova parada cardíaca (26 vs 21%; p=0,008).
Conclusão:
A hipotermia pré hospitalar não melhora a sobrevida ou a evolução neurológica em pacientes com parada cardíaca extra hospitalar. Sim foi observada maior incidência de nova parada cardíaca na rama hipotermia.
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Francis Kim
2013-11-17
Título original: Randomized Clinical Trial of Pre-hospital Induction of Mild Hypothermia in Out-of-Hospital Cardiac Arrest Patients Using a Rapid Infusion of 4oC Normal Saline