A morfina aumenta a reatividade plaquetária nos infartos

O uso de morfina nos pacientes que estão cursando uma síndrome coronária aguda com supradesnivelamento do segmento ST está associada a uma maior reatividade plaquetária e uma menor capacidade de dissolver os trombos, conforme este pequeno estudo. Os efeitos negativos parecem se resolver dois dias após a administração da droga.

Acredita-se que este efeito transitório está relacionado com o fato de a morfina retardar o trânsito estomacal e, portanto, a absorção da medicação antiplaquetária.

A morfina está recomendada pelos guias como uma droga de escolha para aliviar a dor dos pacientes que cursam um infarto com supradesnivelamento do segmento ST,porém há evidência acumulada de que pode afetar as medicações que são administradas por via oral, particularmente os antiplaquetários.

O estudo incluiu 125 pacientes consecutivos que se apresentaram cursando um infarto agudo, dos quais 101 receberam morfina na ambulância e 24 não receberam. Todos receberam 300 mg de aspirina e 600 mg de clopidogrel ou 180 mg de ticagrelor antes da angioplastia primária.

Realizaram-se as extrações de sangue na admissão e no segundo dia, e observou-se que os pacientes que receberam mofina tinham uma significativa maior reatividade plaquetária e também um maior tempo de lise espontânea do trombo.

Apesar disso, não se observaram diferenças em eventos clínicos, mas o estudo também não tinha o poder estatístico para demonstrar tais diferenças.

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