Bons resultados das plataformas bioabsorvíveis no casos “off-label”

Título original: Clinical outcomes following “off-label” versus “established” indication of bioresorbable scaffolds for treatment of coronary artery disease in a real-world population

Referência: Tadashi Miyazaki, et al EuroIntervention 2016;11:475-478

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

Os stents bioabsorvíveis demonstraram seu benefício em diferentes estudos, porém não há muita informação disponível “off-label” do mundo real.

Foram analisados 189 pacientes com 260 lesões que receberam stents bioabsorvíveis, dos quais somente 21 (11,1%) foram indicações “on-label” e 168 pacientes (88,9%) com 225 lesões foram indicações “off-label”. O dispositivo utilizado foi a plataforma eluidora de everolimus Absorb (Abbott Vascular).

Os pacientes com indicações “off-label” foram mais frequentemente diabéticos (28,6% vs. 4,8%; p = 0,03), com escore SYNTAX mais alto (16,9 vs. 11,5; p = 0,01), mais lesões B2/C (54,3% vs. 80%; p = 0,002), lesões de maior longitude (28 mm. vs. 13 mm p = 0,01) e maior número de stents implantados (1,17 vs. 1,59; p =< 0,001).

As lesões em bifurcação foram similares em ambos os grupos. Usou-se 4,4% de aterectomia rotacional no grupo “off-label” para preparar a lesão.

No período intra-hospitalar não houve diferenças no que se refere a eventos combinados MACE, com um único evento no grupo “off-label” que se deveu a trombose da plataforma duas horas depois de finalizado o procedimento.

No primeiro ano de seguimento também não houve diferenças no que se refere a fracasso do vaso alvo ou lesão alvo. Dois pacientes “off-label” apresentaram trombose de stent e realizou-se angioplastia de urgência, tendo sido usados em ambas os casos stents farmacológicos de segunda geração.

 

Conclusão

No mundo real, 88,9% dos pacientes receberam stents bioabsorvíveis com uma indicação “off-label”. A utilização dos stents bioabsorvíveis “off-label” parece se associar com uma evolução aceitável, considerando-se a complexidade do grupo analisado.

 

Comentário editorial

Esta análise nos mostra que os stents bioabsorvíveis avaliados em pacientes do mundo real e com lesões complexas oferecem uma muito boa performance, comparável com os DES de segunda geração.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava. Cardiologista Intervencionista. Fundación Favaloro – Buenos Aires, Argentina.

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