Não há dados fora dos estudos controlados ou em longo prazo sobre a angioplastia carotídea. Este trabalho foi desenhado para avaliar a efetividade em longo prazo da angioplastia carotídea na prevenção de AVC em um grande número de pacientes da vida real.
Este registro incluiu de maneira prospectiva – e com um estrito protocolo de seguimento – 901 pacientes que foram submetidos a angioplastia carotídea entre os anos 1999 e 2015 em um centro.
A média de idade da população foi de 71 ± 9 anos e as estenoses sintomáticas foram encontradas em 262 pacientes (29,1%).
A população também se caracterizou por uma alta taxa de comorbidades. De fato, 289 pacientes (32,1%) deveriam ter sido excluídos de acordo com o protocolo do CREST (Carotid Revascularization Endarterectomy Versus Stent Trial).
O seguimento médio foi de 5,5 anos (intervalo 2,6 a 7,9 anos) e foi completado em 93% dos pacientes.
A taxa do desfecho primário (combinação de morte, AVC e infarto agudo do miocárdio) em 30 dias mais AVC ipsilateral para além dos 30 dias foi de 6,9% (9,9% em sintomáticos vs. 5,7 em assintomáticos; p = 0,03).
A taxa de eventos foi maior nos pacientes que teriam sido excluídos do estudo CREST comparando-se com aqueles com menos comorbidades que poderiam ter sido incluídos (11,4% vs. 4,9%; p = 0,001).
Conclusão
A angioplastia carotídea é efetiva em longo prazo para prevenir AVC em centros com experiência. Uma alta porcentagem de pacientes que teriam sido excluídos dos estudos randomizados são submetidos a angioplastia carotídea na prática clínica diária. Estes últimos têm uma taxa significativamente maior de eventos cardíacos e cerebrovasculares.
Título original: Long-Term Outcomes of Carotid Artery Stenting in Clinical Practice.
Referência: Mudra H et al. Circ Cardiovasc Interv. 2016 Sep;9(9).
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