Gentileza do Dr. Carlos Fava.
A presença de leaks (regurgitação) paravalvares (LPV) pós-implante percutâneo valvar aórtico é de entre 5% e 20%. A resolução percutânea emergiu como uma alternativa factível, efetiva e segura, evitando uma nova cirurgia.
Foram incluídos 86 pacientes que tinham recebido implante percutâneo da valva aórtica e que apresentavam leaks paravalvares com insuficiência cardíaca CFIII ou IV e/ou anemia ou ambas.
A média de idade foi de 67,8±14,5 anos e a maioria eram homens, 63% tinham válvulas biológicas e o STS de mortalidade foi de 5,7.
O diagnóstico de regurgitação se realizou em uma média de 22 meses após a cirurgia e a oclusão se realizou em uma média de 35 meses.
94% dos procedimentos foram considerados bem-sucedidos com uma redução da regurgitação ao grau de leve ou menor em 62% dos pacientes, uma redução ao grau de leve ou moderado em 20% e ao grau de moderado a severo em 18%.
A taxa de eventos cardiovasculares maiores intra-hospitalares foi de 8% e em 30 dias foi de 12,5%.
Houve uma melhora dos sintomas em 64% dos pacientes. Aqueles que apresentaram uma diminuição da regurgitação paravalvar ao grau leve ou menor melhoraram mais sua classe funcional que o resto do grupo. Naqueles que apresentaram hemólise prévia após o procedimento, a necessidade de transfusão diminuiu a 12%.
A sobrevida em dois anos foi maior nos que apresentaram uma diminuição ao grau leve ou menor (98% vs. 68%; p = 0,004).
Conclusão
O tratamento percutâneo da regurgitação paravalvar se associa a uma diminuição perdurável dos sintomas e a uma baixa taxa de necessidade de cirurgia cardíaca. A magnitude do benefício é maior nos que apresentam uma redução da regurgitação ao grau leve ou menor.
Comentário editorial
A oclusão percutânea da regurgitação paravalvar á factível e segura e oferece um benefício na classe funcional e na sobrevida.
Somente 60% alcança uma redução importante da regurgitação paravalvar. Devem ser feitos esforços para melhorar esta performance e oferecer um maior benefício a toda a população.
Gentileza do Dr. Carlos Fava. Fundação Favaloro, Buenos Aires, Argentina.
Título original: Techniques and Outcomes of Percutaneous Aortic Paravalvular Leak Closure.
Referência: Mohamad Alkhouli et al. J Am Coll Cardio Intv 2016;9:2416-26.
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