Um seguimento mínimo e apropriado reduz a mortalidade após uma endoprótese

Nenhum estudo pôde demonstrar um benefício a longo prazo do seguimento regular com imagens após a reparação de um aneurisma de aorta abdominal com endoprótese. Isso é importante, já que o custo dos estudos é elevado e a dito custo é necessário somar a potencial morbidade da radiação e do contraste.

Un seguimiento mínimo y apropiado reduce la mortalidad luego de una endoprótesis

Este trabalho tentou caracterizar a associação entre a frequência de imagens de controle pós-reparação endovascular com endoprótese de um aneurisma de aorta abdominal e a sobrevida a longo prazo.

 

Foi considerado seguimento mínimo apropriado uma tomografia ou uma ecografia de abdómen dentro dos 90 dias do procedimento e uma a cada 15 meses a partir de então. Realizou-se uma análise multivariada para ver a associação entre a aderência ao seguimento mínimo apropriado no tempo e a mortalidade por qualquer causa.


Leia também: Os DES sem polímero também demonstram sua eficiência em pacientes anticoagulados de alto risco de sangramento”.


Foram incluídos 4.988 pacientes tratados com endoprótese e com um seguimento médio de 3,4 anos. A mortalidade em 90 dias foi de 1,6%. Dentre os pacientes que sobreviveram aos 90 dias, realizou-se uma tomografia ou uma ecografia abdominal dentro dos 3 meses em 87% (n = 4.251 de 4.902) deles, mas somente 58% (n = 2.859 de 4.902) voltou posteriormente para cumprir o critério de seguimento mínimo apropriado.

 

O seguimento infrequente com imagens foi correlacionado com um seguimento infrequente pelo Cardiologista Intervencionista ou pelo Cirurgião Vascular que implantou a prótese, mas de nenhuma maneira foi associado a um seguimento infrequente pelos médicos de atenção primária. Os pacientes continuaram consultando seus médicos de cabeceira mas estes não os encaminharam oportunamente ao especialista para um seguimento mínimo apropriado por seu aneurisma de aorta abdominal.

 

Cumprir com o critério de seguimento mínimo apropriado se associou com uma menor mortalidade ao comparar com os pacientes nos quais não se realizou os estudos de imagem dentro dos 90 dias (HR 0,82, IC 95% 0,69 a 0,96, p = 0,014). O mesmo ocorreu com aqueles que tiveram seguimento dentro dos 90 dias mas que depois não voltaram para controles posteriores (HR 0,78, IC 95% 0,68 a 0,91, p = 0,001).


Leia também: Os marca-passos pós-TAVI aumentam os custos mas não os eventos adversos”.


Quanto mais tempo os pacientes se mantiveram dentro do protocolo de seguimento mínimo apropriado, menor foi a taxa de mortalidade.

 

Conclusão

Estes dados apoiam os esforços para melhorar o seguimento a longo prazo dos pacientes que recebem uma endoprótese para reparação de um aneurisma de aorta abdominal infrarrenal.

 

Comentário editorial

A menor mortalidade observada com o seguimento regular pós-endoprótese pode ser parcialmente explicada pelos estudos de imagens. Poderia ser que o seguimento com imagens seja uma realidade em um desfecho sub-rogado e que a redução da mortalidade se deva por exemplo a um melhor controle dos fatores de risco cardiovasculares ou a uma mudança do estilo de vida após o procedimento.

 

Aqueles pacientes que não cumpriram com o seguimento por sua endoprótese continuaram visitando regularmente seus médicos de cabeceira, motivo pelo qual este dado é uma oportunidade para melhorar a comunicação com estes médicos para alcançar um adequado controle com imagens.

 

Título original: The Impact of Compliance with Imaging Follow-up on Mortality After Endovascular Abdominal Aortic Aneurysm Repair: A Population Based Cohort Study.

Referência: C. de Mestral et al. Eur J Vasc Endovasc Surg (2017). Article in press.


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