O implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) já é um tratamento padrão para os pacientes com estenose aórtica severa sintomática com um risco cirúrgico extremo, alto ou intermediário.
Este trabalho prospectivo e multicêntrico incluiu pacientes de baixo risco (Feasibility of Transcatheter Aortic Valve Replacement in Low-Risk Patients With Symptomatic, Severe Aortic Stenosis) e foi aprovado pela FDA para incluir pacientes nos Estados Unidos.
O desfecho primário foi a mortalidade por qualquer causa em 30 dias e os resultados foram comparados com a base de dados histórica da Sociedade de Cirurgiões Torácicos (STS, por suas siglas em inglês).
Foram incluídos 200 pacientes de baixo risco com estenose aórtica severa em 11 centros para receber TAVI. Estes pacientes foram comparados com 719 pacientes que foram submetidos a cirurgia nas mesmas instituições segundo a base de dados da STS.
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Em 30 dias (desfecho primário) observou-se 0% (zero) de mortalidade no grupo que recebeu TAVI vs. 1,7% no grupo submetido a cirurgia. Também se observou 0% de AVC intra-hospitalar no grupo TAVI vs. 0,6% no grupo cirurgia.
A taxa de implante de marca-passo definitivo foi similar entre as duas estratégias, o que representa um avanço do TAVI, com 5% e 4,5%, respectivamente.
O surgimento de nova fibrilação atrial (3%) e o tempo de estadia hospitalar (2,0 ± 1,1 dias) foi menor no grupo TAVI.
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Um paciente do grupo TAVI (0,5%) ficou com insuficiência paravalvar leve em 30 dias e 14% tinha, no mesmo período de tempo, evidências subclínicas de trombose das valvas.
Este último dado preocupa já que a trombose das valvas, mesmo sendo subclínica, poderia deteriorar precocemente o funcionamento do dispositivo justo em um paciente que tem uma expectativa de vida maior. Esta ideia da trombose das valvas vem evoluindo e teremos que ver qual é seu impacto com o tempo e se é conveniente modificar os esquemas de antiplaquetários/antitrombóticos no momento da alta.
Conclusão
O implante percutâneo da valva aórtica por cateter em pacientes de baixo risco tem uma taxa muito baixa de complicações, com uma curta estadia hospitalar, zero mortalidade e zero AVC incapacitante. Em uma minoria de pacientes observou-se trombose subclínica das valvas cuja evolução deve ser estudada no tempo.
Título original: Transcatheter Aortic Valve Replacement in Low-Risk Patients With Symptomatic Severe Aortic Stenosis.
Referência: Ron Waksman et al. J Am Coll Cardiol 2018;72:2095–105.
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