Entrevista a Fernando Orsi: “O objetivo é continuar atraindo novos profissionais para o âmbito da hemodinâmica”

Em uma interessante conversa com a solaci.org. o Hemodinamista Fernando Orsi analisou as principais conquistas de sua presidência à frente da área de Técnicos e Enfermeiros da SOLACI e compartilhou o bem-sucedido trabalho conjunto que tem sido feito com a área das Jornadas. Por sua vez, o Diretor da Carreira de Tecnologia em Diagnóstico por Imagens da Universidade del Salvador (Argentina) avaliou em que campos se deveria trabalhar no futuro para que a área continue seu crescimento sustentado.

Qual é o trabalho que vem sendo realizado pela área de técnicos e enfermeiros da SOLACI?

Técnicos e enfermeiros é uma atividade que vem sendo desenvolvida há muitos anos, de forma ininterrupta no que se refere à linha de trabalho realizada pelos diretores anteriores à minha gestão. Atualmente, temos uma participação muito ativa na área das Jornadas, o que tem gerado e estimulado uma maior participação de profissionais de países (como o Brasil, o México ou a Argentina, pilares da SOLACI) onde a cardiologia intervencionista não chega tão facilmente. Acredito que as Jornadas têm contribuído com um aspecto científico-educativo que está alinhado com a missão e visão desta Sociedade.

Qual é a importância de integrar e desenvolver a expertise dos técnicos e enfermeiros.

Sabemos que quando falamos de hemodinâmica sempre estamos falando de uma equipe multidisciplinar, porque o médico não pode sozinho. Em outras palavras, apesar de ser a figura central no diagnóstico e no tratamento, a hemodinâmica, em particular, é uma área que necessita imperiosamente de um enfermeiro e de um tecnólogo ou um técnico que lhe dê o apoio e a sustentação que ele necessita através das imagens, seja para o diagnóstico ou para o tratamento.

Quais são as problemáticas que os técnicos e enfermeiros devem enfrentar na América Latina?

A primeira problemática que vemos é a falta de centros de educação em países nos quais a cardiologia intervencionista não está totalmente desenvolvida. Claramente, é muito mais fácil para a área médica porque eles vão se formar em países de melhor desenvolvimento. Mas não ocorre o mesmo na área de técnicos e enfermeiros, basicamente por uma questão de custos. Muitas vezes, esses centros médicos não estão em condições de mandar seus enfermeiros e técnicos a outros lugares, e essa é a principal problemática que estamos enfrentando.

Por isso, uma das coisas que nos solicitou a cúpula médica organizadora das Jornadas para as recentes Jornadas realizadas na Bolívia foi que incluíssemos temas relacionados com a iniciação em hemodinâmica, com o objetivo de aumentar o nível de capacitação das distintas escolas de enfermagem ou de radiologia.

Qual é o balanço de sua presidência na área de Técnicos e Enfermeiros da SOLACI?

A área está tendo continuidade, o que significa que nenhuma gestão anterior à minha desandou o trabalho do outro. Nesse sentido, desenvolvi meu trabalho levando sempre em consideração este valor de continuamente construir sobre o construído com respeito às gestões precedentes.

Ao longo de minha gestão acredito que estamos avançando muito em termos científicos e educativos. Em todas as Jornadas Regionais pensamos e preparamos sessões relacionadas não somente com novos desenvolvimentos ou informações inovadoras, mas também com conteúdos altamente atrativos para o enfermeiro jovem ou para o tecnólogo médico jovem não iniciado em hemodinâmica.

Nesse sentido, nosso objetivo foi atrair novos profissionais à área da hemodinâmica e trabalhar para formá-los na especialidade, de tal maneira que possam se desenvolver junto aos novos hemodinamistas que também estão aparecendo. Esse foi um dos meus desafios como presidente e, por sua vez, faz parte dos objetivos da nova gestão, encabeçada por Margarita García.

Qual é o principal projeto da área de Técnicos e Enfermeiros para o futuro?

Estamos trabalhando no desenvolvimento de um programa temático para ser divulgado de maneira virtual pela plataforma da SOLACI. Ainda se encontra em uma etapa de gestação, mas a ideia é poder apresentar um curso virtual de capacitação contínua para técnicos e enfermeiros que seja emitida diretamente pela plataforma da SOLACI. É um projeto muito interessante que com certeza dará seus frutos nos próximos anos.


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