Resultados muito animadores para TAVI em baixo risco

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

A estenose aórtica tem uma prevalência de aproximadamente 12% nos > 75 anos. Dentre os afetados, entre 3% e 4% apresentam a forma severa de dita doença.

O TAVI já demonstrou seu benefício nos pacientes de risco proibitivo, de risco alto e médio. Na atualidade, contamos com diferentes análises – duas delas randomizadas e com resultados muito animadores – para contemplar a possibilidade da técnica intervencionista nos pacientes de baixo risco. 

TAVI en bajo riesgo con “cero” mortalidad y “cero” stroke

Nesta metanálise foram incluídos 4 estudos, três deles randomizados: o NOTION Trial, O SURTAVI Trial (< 3 STS), o PARTNER 3 e o EVOLUTE Low Risk Trail. Com isso, analisaram-se 2.887 pacientes, dentre os quais 1.497 receberam TAVI (três com válvula autoexpansível) e 1.390 foram submetidos a cirurgia.

A idade média foi de 75,3 anos, mais da metade eram homens e o STS médio foi de 2,3%.

Em um ano de seguimento o TAVI se associou a menor mortalidade por qualquer causa (2,1% vs. 3,5%; RR: 0,61; 95% IC: 0,39 a 0,96; p = 0,03; I2 = 0%), nova fibrilação atrial ou piora da fibrilação atrial de base (10,0% vs. 39,4%; RR: 0,27; 95% IC: 0,20 a 0,32; p < 0,001; I2 = 63%), sangramento maior ou sangramento que ameaçasse a vida (3,9% vs. 11,2%; RR: 0,37; 95% IC: 0,24 a 0,55; p < 0,001; I2 = 42%) e deterioração da função renal estágios 2 ou 3 (0,7% vs. 2,9%; RR: 0,26; 95% IC: 0,13 a 0,52; p < 0,001; I2 = 0%). 


Leia também: TAVI e marca-passo, novas estratégias.


Não houve diferenças em termos de AVC, infarto agudo do miocárdio (IAM) ou re-hospitalização por insuficiência cardíaca ou relacionada com a válvula, endocardite, sangramento, reintervenção ou classe funcional ≥ II. Porém, o TAVI se associou a maior necessidade de marca-passo definitivo (17,4% vs. 5,5%; RR: 3,85; 95% IC: 1,73 a 8,58; p = 0,001; I2= 85%) e regurgitação moderada/severa  (3,6% vs. 1,7%; RR: 2,16; 95% IC: 1,03 a 4,54; p = 0,04; I2 = 18%).

Conclusão

Nesta metanálise de quatro estudos (três deles randomizados) que comparou o TAVI com a cirurgia da valva aórtica, o primeiro se associou com um risco significativamente menor de mortalidade por qualquer causa e mortalidade cardíaca em um ano. Estes achados sugerem que talvez o TAVI seja a opção de preferência em comparação com a cirurgia nos pacientes com estenose aórtica severa que são candidatos a substituição valvar aórtica com bioprótese. 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Título original: Transcatheter Versus Surgical Aortic Valve Replacement in Low-Risk Patients.

Referência: Dhaval Kolte, et al. J Am Coll Cardiol 2019;74:1532–40.



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