Os dados a longo prazo deste registro representam a maior coorte de pacientes hipertensos submetidos a denervação renal na prática clínica do “mundo real”. Este trabalho recentemente publicado no European Heart Journal confirma tanto a segurança como a eficácia do procedimento com uma redução sustentada e significativa tanto da tensão arterial ambulatória quanto de consultório.
O registro Global SYMPLICITY incluiu 1.742 pacientes seguidos por 3 anos. Os registros de tensão arterial sistólica basais foram de 166 ± 25 para os de consultório e de 154 ± 18 mmHg para os ambulatoriais.
A redução dos registros de tensão sistólica foi sustentável durante o seguimento tanto para aqueles realizados no consultório (-16,5 ± 28,6 mmHg; p < 0,001) como para os ambulatoriais de 24 horas (-8.0 ± 20.0 mmHg; P < 0.001).
21% dos pacientes analisados tinham uma filtração glomerular < 60 mL/min/1,73m2 (nos pacientes sem antecedentes de insuficiência renal crônica). Observou-se uma redução da filtração de 7,1mL/min/1,73m nos pacientes sem insuficiência renal crônica e de 3,7 mL/min/1,73m2 naqueles com insuficiência renal crônica. Não se observou nenhuma outra alteração a longo prazo que pudesse ser relacionada com o procedimento.
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Este tipo de estudos com variáveis contínuas como desfechos (neste caso a tensão arterial) demonstram com facilidade benefícios significativos. Especular com o fato de uma redução de 8 mmHg na tensão sistólica se traduzir em menos AVC é tentador, mas ainda falta muito caminho para percorrer e muitos pacientes para analisar até podermos chegar a uma conclusão assim.
Conclusão
Os dados a longo prazo do registro Global SYMPLICITY representam a maior quantidade de pacientes analisados que foram submetidos a denervação renal. O procedimento mostra ser seguro e efetivo em reduzir as cifras de tensão sistólica de forma sustentável em seguimento de 3 anos.
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Título original: Effects of renal denervation on kidney function and long-termoutcomes: 3-year follow-up from the Global SYMPLICITY Registry.
Referência: Felix Mahfoud et al. European Heart Journal (2019) 40, 3474–3482.
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