Esta análise relata (pela primeira vez na literatura) que após o implante de uma endoprótese para tratar um aneurisma de aorta abdominal (EVAR) em pacientes octogenários a expectativa de vida é idêntica à daqueles octogenários que nunca apresentaram um aneurisma.
Isso é válido sempre que o procedimento não apresentar complicações. Se houver alguma, então a mortalidade passa a ser o dobro da esperada para esta faixa etária.
Utilizando propensity score fez-se a comparação de octogenários com idênticas comorbidades que receberam EVAR vs. outro aneurisma de aorta do registro Rotterdam.
A taxa de complicações para este procedimento na população octogenária foi de 27% (houve principalmente complicações cardíacas, pulmonares e relacionadas com o acesso). Isso representa mais do dobro de complicações que nos pacientes mais jovens, o que enfatiza a importância da correta seleção de pacientes.
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Após o implante de endopróteses sem complicações a mortalidade é similar à do grupo sadio do registro Rotterdam (HR 1,09, IC 95% 0,68 a 1,77). Contudo, perante qualquer complicação os números mudam significativamente (HR 1,93; IC 95%: 1,06 a 3,54).
Conclusão
Após um implante de endoprótese sem complicações em pacientes octogenários a expectativa de vida é idêntica à de seus pares sem doença na aorta abdominal.
A seleção de pacientes deve ser meticulosa, do mesmo modo que os cuidados perioperatórios.
Título original: Survival After Uncomplicated EVAR in Octogenarians is Similar to the General Population of Octogenarians Without an Abdominal Aortic Aneurysm.
Referência: Oscar L. Rueda-Ochoa et al. Eur J Vasc Endovasc Surg, article in press.
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