Gentileza do Dr. Carlos Fava.
O TAVI já demonstrou seu benefício e atualmente encontra-se em uma etapa de forte avanço no que se refere ao alcance de pacientes de baixo risco, por um lado, ao campo das valvas bicúspides, por outro, e em menor medida ao da insuficiência valvar aórtica.
Porém, uma das perguntas a serem respondidas é que válvula devemos utilizar em cada paciente: expansível por balão (BE) ou autoexpansível (AE)? As duas válvulas representam diferentes tecnologias com distintos stents, modos de liberação e características dos folhetos, o que se traduz em diferenças no que se refere ao funcionamento, perfil hemodinâmico ou complicações a longo prazo.
O estudo CHOICE randomizou 241 pacientes com estenose aórtica severa de alto risco a receberem Edwards SAPIEN XT (121 pacientes) e CoreValve (120 pacientes).
Os grupos foram similares, tendo sido a idade média de 81 anos, o STS de 6 e o EuroSCORElog de 14.
Em 5 anos de seguimento não houve diferenças significativas em termos de mortalidade cardiovascular (31,6% para a BE vs. 21,5% para a AE; p = 12), mortalidade por qualquer causa (53,4% vs. 47,6%; p = 0,38), AVC (17,5% vs. 16,5%; p = 0,73) e re-hospitalizações por insuficiência cardíaca (28,9% vs. 22,5%; p = 0,75), infarto, sangramento maior ou complicações vasculares.
Leia também: Devemos finalizar o TAVI com estimulação atrial em alguns pacientes?
A necessidade de implante de marca-passos foi maior no grupo AE (40,4% vs. 25,4%; p = 0,01).
Com relação ao perfil hemodinâmico as AE apresentaram uma área válvula aórtica protética maior (1,6 ± 0,5 cm2 vs. 1,9 ± 0,5 cm2; p = 0,02) e um menor gradiente (12,2 ± 8,7 mmHg vs. 6,9 ± 2,7 mmHg; p = 0,001), sem que haja sido constatada diferença no que se refere a regurgitação. A trombose valvar clínica e a deterioração valvar moderada a severa foi maior com a BE (7,3% vs. 0,8%; p = 0,006 e 6,6% vs. 0%; p = 0,0018). A taxa de falha da bioprótese foi muito baixa e neste sentido não houve diferenças entre as duas válvulas (4,1% vs. 3,4%, p = 0,63).
Conclusão
Em 5 anos de seguimento os pacientes do estudo CHOICE mostram que a evolução clínica do implante percutâneo por acesso femoral com as válvulas balão-expansíveis e autoexpansíveis de primeira geração não apresentam diferenças estatisticamente significativas. O perfil hemodinâmico foi significativamente melhor com as válvulas autoexpansíveis. A deterioração valvar estrutural foi pouco comum, porém mais frequente com as balão-expansíveis.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título Original: 5-Year Outcomes After TAVR With Balloon-Expandable Versus Self-Expanding Valves Results. From the CHOICE Randomized Clinical Trial.
Referência: Mohamed Abdel-Wahab, et al,. J Am Coll Cardiol Intv 2020;13:1071–82.
Receba resumos com os últimos artigos científicosSubscreva-se a nossa newsletter semanal
Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.