Estimando o risco de infecção no pessoal de saúde

Em linhas gerais, um de cada 100 trabalhadores da saúde em hospitais que recebem pacientes positivos para Covid-19 acabam se infectando. Estes dados não são homogêneos nos diferentes países e regiões do mundo e tampouco implicam que estar na primeira linha resulte necessariamente em um maior risco. 

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Uma grande análise realizada no epicentro inicial da doença (Wuhan, na China) mostrou que 110 de 9684 trabalhadores da saúde (1,1%) foram positivos para o novo vírus. Dentre eles, somente 17 dos 110 estavam trabalhando na primeira linha, o que se traduz em 0,5% da taxa de infecção neste grupo. 

Paradoxalmente, a taxa de infecção foi mais alta naqueles que não estavam na linha de frente. De fato, o risco de infecção foi 16 vezes superior nos enfermeiros e enfermeiras que não trabalhavam na primeira linha. 

Isso poderia ser explicado pelas medidas de proteção insuficientes e certa sensação de estar fora de perigo no caso daqueles que não estavam atendendo diretamente os pacientes infectados. 

85% dos trabalhadores da saúde não apresentaram uma doença severa. Um pouco mais da metade apresentaram sintomas comuns [mialgia ou fadiga (60%), tosse (56,4%), dor de garganta (50%) e dor muscular (45,5%)].


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Na Holanda foi feito um levantamento similar ao da China, observando-se uma taxa de infecção de 1% em um total de 9705 trabalhadores da saúde. Somente a metade deles apresentaram febre com algum outro sintoma leve associado. 

O anteriormente relatado implica um enorme problema para controlar a doença, já que a maioria dos trabalhadores da saúde são pessoas jovens com sintomas muito leves (quando têm algum). Para além dos sintomas e do risco que podem correr por sua própria saúde (que é muito baixo), o maior problema é que os profissionais da saúde podem atuar como vetores em áreas do hospital consideradas de baixo risco ou destinadas a pacientes não infectados. 

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Título original: Estimating coronavirus disease 2019 infection risk in health care workers.

Referencia: Cheng V et al. JAMA Netw Open. 2020;3(5):e209687.


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