Os pacientes com próteses biológicas disfuncionais têm melhores resultados com o TAVI do que com a reoperação sem levar em consideração o risco cirúrgico. Os resultados deste trabalho poderiam inclusive levar a uma reformulação da idade de corte para considerar uma prótese mecânica vs. uma biológica na primeira cirurgia.
Esta análise recentemente publicada no JACC avaliou os resultados das duas estratégias possíveis diante da disfunção de uma prótese biológica, a reoperação e o valve-in-valve.
Foram incluídos 4327 pacientes da França tratados com próteses biológicas disfuncionais entre 2010 e 2019 e comparados com a utilização de propensity score.
Finalmente ficaram 717 pacientes em cada ramo com idênticas características clínicas e de risco.
Em 30 dias, o valve-in-valve se associou a uma menor taxa do desfecho combinado de morte por qualquer causa, AVC, infarto e sangramento maior que comprometesse a vida (OR: 0,62; IC 95%: 0,44 a 0,88; p = 0,03). Até aqui não há grandes surpresas já que é sabido de todos que um procedimento menos invasivo tem um benefício agudo superior a um procedimento mais agressivo.
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No seguimento de longo prazo (média de 516 dias) o desfecho combinado (ao qual se somou re-hospitalização por insuficiência cardíaca) foi similar entre os dois ramos (OR: 1,18; IC 95%: 0,99 a 1,41; p = 0,26).
As re-hospitalizações por insuficiência cardíaca e os marca-passos foram mais frequentes no grupo TAVI.
Apesar do anteriormente afirmado, observou-se uma clara interação entre mortalidade por qualquer causa e mortalidade cardiovascular com o valve-in-valve.
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Estes resultados vão na mesma linha do resumo que publicamos em 04-08-2020 da revista European Heart Journal.
Conclusão
O valve-in-valve se associa a melhores resultados a curto prazo e similares a longo prazo quando comparado com a reoperação em pacientes com próteses biológicas disfuncionais em posição aórtica.
Título original: Transcatheter Valve-in-Valve Aortic Valve Replacement as an Alternative to Surgical Re-Replacement.
Referência: Pierre Deharo et al. J Am Coll Cardiol 2020;76:489–99.
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