SOLVE-TAVI em seguimento de um ano: válvula autoexpansível vs. balão expansível e anestesia geral vs. local

O ambicioso estudo SOLVE-TAVI (que proximamente será publicado no JACC) tenta responder a duas das perguntas mais importantes que nos fazemos quando vamos proceder a um TAVI: que válvula devemos escolher? Uma autoexpansível ou uma balão-expansível? E, uma vez escolhido o dispositivo, realizamos o procedimento com anestesia geral ou sob sedação consciente?

Sedación consciente vs anestesia general en el TAVI

O SOLVE-TAVI já tinha mostrado que em 30 dias não havia maiores diferenças entre os dispositivos ou as estratégias de anestesia. Agora, com mais de um ano de seguimento, esperávamos ansiosamente os resultados. 

Utilizando um modelo fatorial de 2 x 2, randomizaram-se 447 pacientes de risco intermediário ou alto com estenose aórtica severa sintomática a TAVI por acesso femoral com a prótese autoexpansível Evolut R vs. a prótese balão-expansível Sapien 3. Dado o modelo 2 x 2, ao mesmo tempo os pacientes também foram randomizados a anestesia geral vs. sedação consciente. 

Quando os dispositivos foram comparados, a taxa do desfecho combinado (morte por qualquer causa, AVC, regurgitação paravalvar moderada a severa e necessidade de marca-passo permanente) foi similar entre as duas próteses em um ano de seguimento (38,3% vs. 40.4%, HR 0,94, IC 95%: 0,7 a 1,26; p = 0,66).

Com relação ao tipo de anestesia, os resultados nos deixam o mesmo sabor insípido: a anestesia geral foi similar à sedação consciente no que se refere ao desfecho combinado de morte por qualquer causa, AVC, infarto do miocárdio e injúria renal aguda (25,7% vs. 23,8%, HR 1,09, IC 95%: 0,76 a 1,57; p = 0,63).


Leia também: TCT 2018 | SOLVE-TAVI: autoexpansível vs. expansível por balão e anestesia geral vs. local em um mesmo estudo.


Provavelmente, para a enorme maioria dos pacientes a escolha da válvula ou do tipo de anestesia ainda se relacione sobretudo com a experiência de cada operador ou equipe. No entanto, há diferenças sutis de subgrupos que podem inclinar a balança para o lado de uma ou outra válvula e também de uma outra metodologia de anestesia. 

Conclusão

Em pacientes de risco intermediário ou alto que são submetidos a TAVI transfemoral não foram observadas diferenças em um ano de seguimento entre as atuais gerações da válvula autoexpansível e a válvula balão-expansível. Os tipos de anestesia tampouco mostraram diferenças significativas durante o mesmo período. 

Título original: Impact of Anesthesia Strategy and Valve Type on Clinical Outcomes After Transcatheter Aortic Valve Replacement.

Referência: Hans-Josef Feistritzer et al. J Am Coll Cardiol. 2021 May, 77 (17) 2204–2215.


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