Nos pacientes pós-infarto imediato a combinação de Sacubitril/valsartana não diminuiu significativamente o risco de insuficiência cardíaca ou morte cardiovascular em comparação com o ramipril. Esses dados surgem do estudo PARADISE-MI apresentado hoje durante a sessões científicas do congresso do ACC 2021.
O sacubitril/valsartana contava com evidência prévia (basicamente o estudo PARADIGM-HF) sobre sua superioridade em termos de mortalidade total e internações por insuficiência cardíaca em comparação com os inibidores da enzima de conversão. Isso se deu em pacientes com insuficiência cardíaca sintomática e fração de ejeção reduzida e foi a base para o desenho do presente trabalho em pacientes pós-infarto imediato.
O alto custo do sacubitril/valsartana faz com que sua indicação seja escassa inclusive nos cenário nos quais a evidência é contundente. Esperava-se que o PARADISE-MI somasse evidência a favor, mas os resultados na população geral pós-infarto imediato foram frustrantes para os pesquisadores.
Por outro lado, o excelente perfil de segurança e tolerância do sacubitril/valsartana deixaram a porta aberta para mais estudos em busca de subgrupos específicos que poderiam se beneficiar com seu uso.
Para o estudo PARADISE-MI foram incluídos 5669 pacientes de 41 países randomizados dentro dos 7 dias do infarto. Nenhum deles se encontrava com insuficiência cardíaca no momento da randomização, mas todos tinham apresentado congestão pulmonar transitória e/ou uma fração de ejeção < 40%. Além disso, tinham ao menos um fator de risco adicional para evoluir com insuficiência cardíaca ou morte, como: > 70 anos, filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2, diabetes, infarto prévio, fibrilação atrial, fração de ejeção < 30%, classe Killip > ou = a III ou ausência de reperfusão.
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O desfecho combinado (morte cardiovascular, necessidade de hospitalização ou apresentação de nova insuficiência cardíaca) em 23 meses de seguimento foi de 11,9% no grupo sacubitril/valsartan vs. 13,9% no grupo ramipril (HR 0,90; IC 95% 0,78 a 1,04).
Título original: Prospective ARNI versus ACE inhibitor trial to determine superiority in reducing heart failure events after myocardial infarction.
Referência: Pfeffer M et al. Presentado en el congreso de la ACC 2021.
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