Os pacientes com estenose aórtica e risco cirúrgico extremo têm uma altíssima mortalidade devido às comorbidades já conhecidas. O benefício a curto prazo do TAVI com a válvula autoexpansível é muito claro e justifica o procedimento nesta população desafiante.
Os idosos com comorbidades que apresentam um risco cirúrgico extremo podem ser candidatos apropriados para o implante percutâneo da valva aórtica (TAVI), embora o risco de futilidade esteja sempre à espreita.
O CoreValve US Extreme Risk Pivotal, publicado no Circulation, apresenta os resultados da válvula autoexpansível supra-anular CoreValve
O desfecho primário do estudo foi a morte por qualquer causa ou o AVC maior. Entre os secundários foram definidos os parâmetros ecocardiográficos e a qualidade de vida.
Seiscentos e trinta e nove pacientes de risco cirúrgico extremo foram incluídos de maneira prospectiva entre 2011 e 2012 (idade média 82,8 ± 8,4 e STS para mortalidade 10,4 ± 5,6%).
Em 5 anos a taxa de morte ou AVC maior foi de 72,6%, um número altíssimo que deve ser interpretado no contexto do risco intrínseco da população. Setenta e sete por cento dos pacientes foram abordados por acesso femoral e não foram observadas diferenças com acesso alternativos (algo que ocorreu em outras séries).
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Entre os poucos afortunados que sobreviveram até os 5 anos de seguimento e puderam ser submetidos a um ecocardiograma, observou-se um gradiente transvalvar de 7,5 ± 5,9 mmHg e 3,1% de insuficiência valvar moderada/severa. Isso confirma o bom desempenho hemodinâmico da válvula a longo prazo.
A qualidade de vida basal melhorou significativamente 1 mês após o procedimento para começar a cair gradualmente a partir de 1 ano e até os 5 anos. Apesar da queda gradual, em 5 anos a qualidade de vida continuou sendo significativamente melhor que a basal.
Conclusão
Os pacientes com estenose aórtica severa e risco cirúrgico extremo que são submetidos a TAVI com a prótese autoexpansível têm uma alta mortalidade em 5 anos. De qualquer forma, o enorme benefício a curto prazo somado a uma melhora persistente na qualidade de vida no seguimento de 5 anos entre os sobreviventes justifica claramente o procedimento.
Título original: Five-Year Clinical and Quality of Life Outcomes From the CoreValve US Pivotal Extreme Risk Trial.
Referência: Suzanne V. Arnold et al. Circ Cardiovasc Interv. 2021 Jun;14(6):e010258. doi: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.120.010258.
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