Minimizando ao máximo um dos nossos maiores procedimentos

Existem casos de bloqueio atrioventricular (AV) completos que ocorrem para além dos 2 dias do TAVI. Isso coloca sobre a mesa a eventual utilidade de estender o monitoramento após a alta, especialmente em pacientes nos quais o procedimento foi muito bem tolerado mas que apresentam certos critérios de alto risco. 

Minimizando al máximo uno de nuestros mayores procedimientos

Avançamos muitíssimo no que se refere aos distúrbios de condução no TAVI, especialmente após a publicação do consenso que unificou critérios. No entanto, todos os bloqueios que ocorrem para além dos 2 dias da realização do TAVI continuam representando uma dor de cabeça. 

Dois estudos recentemente publicados no JACC Interventions analisaram a utilidade do monitoramento eletrocardiográfico após a alta.

Em um dos trabalhos foi diagnosticado – com o monitoramento ambulatorial – até 4,6% de bloqueio AV completo ou de alto grau dentro dos 14 dias. O outro estudo teve um seguimento ainda maior: em um ano de monitoramento se alcançou 11,9% de bloqueios completos ou de alto grau. Para este último trabalho, o dispositivo era implantável, o que também tem suas implicações. 

O monitoramento eletrocardiográfico ambulatorial pós-TAVI é a opção mais conservadora e minimalista. 

No primeiro estudo foram incluídos quase 500 pacientes que não tinham marca-passo definitivo e que foram monitorados de maneira contínua durante 14 dias após a alta. O monitoramento foi feito com a utilização de eletrodos, como sugerido pelo consenso. 


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Observou-se um bloqueio de alto grau ou completo em aproximadamente 1 de cada 20 pacientes da população monitorada. Dentre eles, 81% terminou com marca-passo definitivo. 

Segundo o consenso, estes novos distúrbios foram relativamente raros (2,2%) no grupo de menor risco (sem mudanças no ECG basal). Para os pacientes de maior risco (bloqueio do ramo direito prévio) a taxa de bloqueio nesses 14 dias foi de 13,2%. Finalmente, o grupo intermediário (novo distúrbio de condução) chegou a 8,5%.

Não foi registrada nenhuma morte súbita dentro dos 30 dias do implante. 

O outro estudo incluiu 59 pacientes que foram submetidos a um exame eletrofisiológico invasivo e foi implantado um gravador em todos eles por um ano após permanecer as primeiras 48 horas do procedimento sem distúrbios de condução.


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Este tipo de monitoramento identificou 11,9% dos pacientes com bloqueios tardios. Em 5 dos 7 pacientes que apresentaram distúrbios de condução, o acometimento se deu dentro dos 8 dias da realização do procedimento e nos 2 restantes após os 3 meses.

É importante o dado de que em 5 pacientes o bloqueio só pôde ser diagnosticado pelo dispositivo implantável e não pelo ECG de superfície. O estudo eletrofisiológico e o gravador implantável não são custo-efetivos na população geral que é submetida a TAVI. 

Ainda é necessário provar que o monitoramento ambulatorial em pacientes pós-TAVI pode proteger contra um evento como a morte súbita. 

Título original: Ambulatory electrocardiographic monitoring following minimalist transcatheter aortic valve replacement.

Referência: Guillem Muntané-Carol et al. JACC Cardiovasc Interv. 2021 Dec 27;14(24):2711-2722. doi: 10.1016/j.jcin.2021.08.039.


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