WOEST 2 | Uso de esquema antitrombótico duplo vs. triplo no mundo real

O estudo WOEST constatou uma importante redução nas complicações por sangramento em pacientes pós-ATC com indicação de anticoagulação oral (OAC) quando foram tratados com esquema duplo (DAT) em comparação com esquema triplo (TAT). Vários estudos randomizados demonstram resultados similares. Atualmente as diretrizes recomendam o uso de esquema triplo em pacientes levando em consideração o risco isquêmico e hemorrágico. 

WOEST 2 | Uso de doble vs triple esquema antitrombótico en el mundo real

O WOEST 2 é um registro prospectivo e multicêntrico que teve com objetivo avaliar o uso, a eficácia e a segurança do uso combinado de OAC e antiagregantes plaquetários após uma intervenção coronariana no “mundo real”.  

O desfecho primário de segurança foi o sangramento clinicamente relevante avaliado pelo critério BARC. O desfecho primário de eficácia foi MACCE, que incluiu morte por todas as causas, IAM, trombose do stent, AVC e AIT. O desfecho secundário incluiu sangramento e eventos isquêmicos do desfecho primário. 

Foram incluídos 1058 pacientes. A idade média foi de 74 anos e 24% dos pacientes eram mulheres. 87% da população estava previamente antiacoagulada. Os anticoagulantes mais utilizados foram os NOACS (53,1%), estando o rivaroxabana no topo da lista. Dentre os antiagregantes, o clopidogrel foi o mais utilizado. A forma de apresentação mais frequente dos pacientes que foram submetidos a ATC foi a SCA. 

No momento da alta hospitalar, o DAT foi indicado em 644 pacientes, ao passo que nos 414 restantes indicou-se TAT. Os pacientes que receberam DAT tinham mais hipertensão, AVC prévio IC e FA. 

Leia também: O ticagrelor mostra benefícios na função microvascular coronariana após um IAMSEST.

Em relação ao desfecho primário, o uso de DAT no momento da alta esteve associado com uma diminuição significativa do sangramento clinicamente relevante em 1 ano em comparação com o uso de TAT (16,8% vs. 23,6%; p = 0,003). Tal diferença também se observou com o ajuste das variáveis. No entanto, não houve diferenças em termos de sangramento maior ou AVC hemorrágico. 

Ao avaliar o desfecho primário de eficácia, observou-se uma maior taxa de MACCE nos pacientes com DAT devido a uma maior taxa de IAM, trombose do stent e morte por todas as causas. Porém, dita diferença não foi estatisticamente significativa. 

Conclusão

Neste estudo de coortes, prospectivo e do mundo real, o DAT comparado com o TAT em pacientes com FA ou prótese valvar mecânica evidenciou menor risco de sangramento clinicamente relevante sem um significativo aumento de eventos isquêmicos. 

Dr. Andrés Rodríguez
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org .

Título Original: Dual versus triple antithrombotic therapy after percutaneous coronary intervention: the prospective multicentre WOEST 2 Study.

Referência: Willem Lambertus , MD et al EuroIntervention 2022;17.


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