O IVUS foi avaliado em vários estudos para guiar o implante dos DES. Dois estudos randomizados, como são o IVUS-XPL (Impact of Intravascular Ultrasound Guidance on the Outcomes of Xience Prime Stents in Long Lesions) e o ULTIMATE (Intravascular Ultrasound Guided Drug Eluting Stents Implantation in All-Comers Coronary Lesions), demonstraram uma diminuição da necessidade de repetir a revascularização quando se faz a comparação com implante de stent guiado por angiografia. Não houve, no entanto, diferenças em termos de morte cardiovascular, trombose do stent ou IAM; isso se atribuiu ao pequeno número de eventos em cada um desses estudos.
O objetivo deste estudo foi analisar os pacientes do IVUS-XPL e do ULTIMATE para aumentar o poder estatístico que permitisse detectar se o uso de IVUS para guiar o implante do DES a longo prazo tem impacto na sobrevida dos pacientes (livre de morte cardiovascular). Em tal sentido, foram tomadas somente as lesões que apresentavam um comprimento ≥ do que 28 mm.
O desfecho primário foi a morte cardiovascular. O desfecho secundário foi uma combinação de morte cardiovascular, IAM, trombose do stent e revascularização guiada por isquemia.
Foram incluídos 2577 pacientes, 1289 dos quais randomizados a angioplastia guiada por IVUS e 1288 a angioplastia guiada por angiografia.
A idade média foi de 65 anos, 70% da população esteve composta por homens e mais da metades eram hipertensos. A forma de apresentação clínica mais frequente foi a angina instável. A artéria mais afetada foi a descendente anterior.
O desfecho primário ocorreu em 1% no grupo IVUS vs. 2,2% no grupo angiografia (HR: 0,43, 95% CI: 0,22-0,84; p = 0,011). Além disso, houve diferenças significativas a favor do grupo IVUS no desfecho secundário (HR: 0,44; 95% CI: 0,25-0,80; p = 0,005) devido a uma menor taxa de revascularização guiada por isquemia (HR: 0,57; 95% CI: 0,40-0,82; p = 0,002).
No seguimento de 3 anos, os pacientes que cumpriram os critérios de otimização do stent com medição por IVUS apresentaram menos eventos (combinação de morte cardiovascular, IAM, trombose do stent e revascularização guiada por isquemia) em comparação com aqueles pacientes que não cumpriram os critérios de otimização.
Conclusão
O uso de IVUS para guiar o implante de DES comparado com somente angiografia resultou em uma melhora da sobrevida cardiovascular e diminuiu a taxa de eventos maiores (morte cardiovascular, IAM, trombose do stent) no seguimento de 3 anos. Além disso, os pacientes que cumpriram os critérios de otimização em comparação com aqueles que não os cumpriram apresentavam significativamente menor taxa de morte cardiovascular, IAM, trombose do stent e revascularização do vaso tratado no seguimento.
Dr. Andrés Rodríguez
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org .
Título Original: Improved 3-Year Cardiac Survival After IVUS–guided Long DES Implantation A Patient-Level Analysis From 2 Randomized Trials.
Referência: Sung-Jin Hong, MD, et al J Am Coll Cardiol Intv 2022;15:208–216.
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