A fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais frequente após ultrapassados os 55 anos e se relaciona com AVC isquêmico por formação de trombos no átrio esquerdo, especialmente no apêndice atrial.
Para evitar essa complicação é indicada anticoagulação, mas nos idosos de 75 anos ou mais o risco de sangramento é alto, sendo a oclusão percutânea do apêndice atrial uma opção atualmente válida com uma indicação de recomendação IIb com evidência B.
O estudo LIGATE incluiu 52 pacientes com FA não valvar que foram submetidos a implante dispositivo ULTRASEAL de segunda geração.
A idade média da população foi de 75 anos, 70% dos pacientes eram homens, com uma prevalência de 23% de diabetes, 89% de hipertensão, 48% de doença coronariana, 50% deterioração da função renal, 15% de diálise e a fração de ejeção foi de 53%.
O índice de TIA foi de 23% e o de AVC foi de 21%.
A presença de sangramento prévio foi de 80%, o CHA2‐DS2‐VASc score foi de 4 e o HAS‐BLED score foi de 3.
A morfologia mais frequente do átrio esquerdo foi a Chicken‐wing (42%) seguida de Windsock, Cactus e Cauliflower.
O sucesso do implante ocorreu em todos os pacientes, ao passo que o sucesso do procedimento em 50 (um paciente evidenciou regurgitação severa e outro sofreu uma perfuração com derrame pericárdico).
Na hospitalização um pacientes apresentou um AVC menor e dois pacientes apresentaram sangramento maior.
Leia também: A oclusão do apêndice atrial esquerdo é segura com os novos dispositivos.
Em 6 meses de seguimento a mortalidade por qualquer causa foi de 11,6% e de 2,1%, respectivamente. Nenhum paciente apresentou AVC, TIA, embolia sistêmica ou embolia do dispositivo.
Conclusão
O dispositivo de segunda geração ULTRASEAL se associou a uma alta taxa de sucesso e a uma baixa incidência de complicações periprocedimento. São necessários estudos maiores e com um seguimento mais longo para avaliar a segurança e a efetividade do dispositivo a longo prazo.
Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.
Título Original: Left atrial appendage closure with the II generation Ultraseal device: An international registry. The LIGATE study.
Referência: Carlo A. Pivato, et al. Catheter Cardiovasc Interv. 2022;100:620–627.
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