Lesões carotídeas sintomáticas leves ou intermediárias: o que devemos saber sobre as placas?

O AVC isquêmico é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e em um número significativo de casos vem acompanhado de morte. 

Carotídeas asintomáticas ¿Tenemos todas las respuestas?

A ruptura das placas ateroscleróticas carotídeas e sua embolização são uma das causas mais importantes de dito acometimento. 

Diferentes estudos randomizados demonstram que a cirurgia beneficia pacientes sintomáticos com obstruções carotídeas de entre 70% e 99%, mas em lesões leves ou intermediárias não dispomos de evidência sobre qual é o melhor tratamento. 

O estudo PARISK -observacional, multicêntrico e prospectivo-, incluiu 238 pacientes com antecedentes de TIA ou AVC monocular, TIA ou AVC menor do território carotídeo com lesão na carótida leve a moderada ipsilateral. 

Os pacientes foram submetidos a uma ressonância magnética (RMN) e AngioTAC, sendo analisadas quatro características da placa aterosclerótica carotídea: presença de hemorragia intraplaca (RMN), placa ulcerada (AngioTAC), proporção de calcificação (AngioTAC) e volume de placa (RNM). 

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A idade média foi de 69 anos, 71% da população estava composta de homens, registrou-se 86% de hipertensão, 26% de diabete e 49% de antecedentes de isquemia miocárdica. 

45% dos pacientes apresentaram TIA, 44% apresentaram AVC e 111% AVC ou TIA monocular.

A obstrução carotídea (NASCET) foi de 0% a 30% em 73% dos pacientes, de 30% a 49% em 23%, e de 50% a 69% nos 4% restantes.  

A presença de hemorragia intraplaca foi de 39%, a de placa ulcerada foi de 27%, a proporção de calcificação foi de 7,3% e o volume total da placa foi de 1281.5 µL.

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Em 5 anos de seguimento associaram-se a TIA ou AVC a presencia de hemorragia intraplaca (HR: 2,12 [95% CI: 1,02-4,44]) e o volume total da placa (CHR: 1,07 [95% CI:1,00-1,15]) pelo total da placa por cada 100 µL de incremento. A placa ulcerada e a proporção da calcificação não se associaram a eventos. 

Conclusão

A hemorragia intraplaca e o volume total da placa são fatores independentes do risco de TIA ou AVC ipsilateral recorrente nos pacientes com estenose carotídea leve ou moderada. As características das placas ajudam na tomada de decisões. São necessários estudos para validar as características das placas e implementá-las nos escores clínicos. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Carotid Plaque Characteristics Predict Recurrent Ischemic Stroke and TIA. The PARISK (Plaque At RISK) Study.

Referência: Dianne H.K. van Dam-Nolen, et a. J Am Coll Cardiol Img 2022;15:1715–1726.


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