Doença coronariana difusa: resultados de um ano de seguimento do XIENCE Skypoint de 48 mm

Tratamento com stent longo XIENCE Skypoint de 48 mm em doença coronariana difusa.


As lesões coronarianas longas podem, muitas vezes, interpor uma dificuldade na decisão do tratamento devido à possibilidade de escolher entre a colocação de um stent longo ou stents mais curtos sobrepostos (overlapping stents). Tanto em registros como em uma metanálise, a técnica de overlapping se associou a um aumento da taxa de revascularização do vaso tratado e a um incremento do tempo de fluoroscopia, na comparação com a colocação de um stent longo. 

Enfermedad coronaria difusa: resultados al año del XIENCE Skypoint de 48mm

Atualmente está aprovado pela FDA apenas um dispositivo longo para o tratamento dessas lesões, e seu comprimento é de 48 mm. Nesse contexto, foi desenvolvido o estudo SPIRIT 48, com o objetivo de avaliar a segurança e a eficácia do stent de cromo-cobalto eluidor de everolimus, XIENCE Skypoint 48 (48 mm). 

O SPIRIT foi um estudo prospectivo, de um único braço, de desenho aberto, realizado em 25 hospitais dos Estados Unidos, Taiwan e Austrália. Foram incluídos pacientes a partir de 18 anos, com evidência de isquemia (angina instável, síndrome coronariana crônica e isquemia silente). Os critérios angiográficos de inclusão foram a presença de uma estenose coronariana nativa com um diâmetro ≥ 2,5mm e ≤ 4,25mm, um comprimento da lesão > 32,0 mm e < 44,0 mm, passível de ser tratada com o XIENCE Skypoint 48. Foram excluídos os pacientes com IAM dentro das 48 horas, com deterioração da função ventricular (≤ 30%) ou com uma angioplastia prévia no vaso dentro dos 6 meses. 

O desfecho primário (DP) foi falha do vaso tratado (TLF) no seguimento de um ano, que é um desfecho composto de morte cardíaca, IAM relacionado com o vaso tratado e nova revascularização do vaso. Os desfechos secundários foram o TLF intra-hospitalar, em 30 e 180 dias. Outro desfecho avaliado foi o sucesso do dispositivo (lesão residual ≤ 50% do vaso tratado pós-intervenção). 

Leia também: Útil preditor de eventos adversos pós-angioplastia coronariana complexa: escore BCIS CHIP.

Foram incluídos 105 pacientes, com idade média de 67,3 anos, 72,4% do sexo masculino, 34,3% diabéticos, sendo que 72,4% dos casos se tratavam de síndromes coronarianas crônicas e 15,2% de anginas instáveis, 98,1% dos pacientes submetidos a angioplastia estavam em esquema de dupla antiagregação plaquetária de 6 meses. Por sua vez, observou-se calcificação moderada a severa em 47,1% dos casos (sem requerimento de tratamento com estratégia modificadora de placa). 

O DP de TFL em um ano foi de 5,7%, significativamente menor que o performance goal (PG) de 20%, que foi de 9,5% (comparação pré-estabelecida) (p ≤ 0,0001). Ao analisar a população por protocolo, a incidência de TLF foi de 7% (significativamente menor que o PG de 20%). Já ao avaliar o sucesso do dispositivo, observou-se um índice de sucesso de 97,2%. A taxa de trombose do stent foi muito baixa, tanto na população global como na população por protocolo (≤ 2%).

Conclusões

No estudo SPIRIT 48, o uso de um stent eluidor de fármacos XIENCE Skypoint de 48 mm alcançou o DP de TLF no seguimento de um ano. O benefício clínico observado foi acompanhado de escassos efeitos adversos. 

Dr. Omar Tupayachi

Dr. Omar Tupayachi.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: One-year Outcomes of XIENCE Skypoint 48-mm Drug-Eluting Stents in Long Coronary Lesions: The SPIRIT 48 Trial.
Referência: Ki E. Park, Chiung-Jen Wu, Bassem Chehab, Aziz Maksoud, Barry Bertolet, Shih-Wa Ying, Tiessa Simoes, Sandeep C. Pingle, Chi-Jen Chang, One-year Outcomes of XIENCE Skypoint 48-mm Drug-Eluting Stents in Long Coronary Lesions: The SPIRIT 48 Trial, Journal of the Society for Cardiovascular Angiography & Interventions, 2023, doi.org/10.1016/j.jscai.2023.101001.


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