Evolução em 5 anos da angioplastia vs. cirurgia nos grandes estudos sobre síndromes coronarianas agudas e crônicas

As lesões do tronco da coronária esquerda nas síndromes coronarianas agudas (SCA) representam um maior risco e atualmente existe um debate sobre qual é a melhor estratégia de revascularização. Tanto a angioplastia coronariana (ATC) como a cirurgia apresentam vantagens e desvantagens, embora em muitos estudos e registros esse grupo de pacientes tenha sido excluído. 

Evolución a 5 años de la angioplastia vs cirugía en los grandes estudios sobre síndromes agudos y crónicos

Foram analisados 4 estudos randomizados que compararam stents eluidores de fármaco (DES) vs. cirurgia de revascularização miocárdica (CRM): SYNTAX, PRECOMBAT, NOBLE e EXCEL. Excluíram-se um total de 1.466 pacientes (33,4%) com SCA e 2927 sem SCA (S SCA). 

O desfecho primário avaliado foi a mortalidade por qualquer causa em acompanhamento de 5 anos. 

A idade média foi de 65 anos e a maioria dos pacientes eram homens. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos, exceto nos pacientes com SCA, que apresentaram uma maior prevalência de diabetes, infarto prévio, fração de ejeção < 50% e um escore de SYNTAX mais alto (26,4 vs. 25,2; p < 0,001). 

O tempo transcorrido desde a randomização até a realização do procedimento foi mais curto nos pacientes submetidos a ATC. 

Em 30 dias observou-se uma maior mortalidade cardiovascular e não cardiovascular nos pacientes com SCA em comparação com os pacientes sem SCA (1,8 vs. 0,5; p < 0,001 e 1,9 vs. 0,5; p < 0,001, respectivamente).

Leia também: Reestenose intrastent em lesões ostiais da coronária direita: preditores de uma localização desfavorável.

A taxa de infarto foi maior nos pacientes com SCA tanto em 1 ano como em 5 anos de seguimento (23% vs. 1,0%; HR 2,73, IC de 95%: 1,63-4,58; p < 0,001 e 5,7% vs. 3,8%; HR 1,70, IC de 95%: 1,25-2,31; p < 0,001, respectivamente).

O desfecho primário foi similar nos dois grupos para a ATC tanto nos pacientes com SCA como naqueles sem SCA (10,9% vs. 11,5% HR, 0,93; 95% CI 0,68-1,27 e 11,3%vs 9,6% HR, 1,19; 95% CI, 0,95-1,50, respectivamente). Observou-se uma menor taxa de AVC no grupo ATC, mas houve uma maior necessidade de nova revascularização ou maior taxa de infarto em comparação com a CRM. 

Conclusão

Entre os pacientes que com revascularização no tronco da coronária esquerda com anatomia coronariana de complexidade baixa ou intermediária, os que apresentaram síndromes coronarianas agudas tiveram uma maior taxa de mortalidade precoce. No entanto, a mortalidade em 5 anos foi similar entre a ATC e a CRM. A curto prazo, a ATC teve vantagens relativas em termos de AVC. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Percutaneous Coronary Intervention vs Coronary Artery Bypass Graft Surgery for Left Main Disease in Patients With and Without Acute Coronary Syndromes. A Pooled Analysis of 4 Randomized Clinical Trials

Referência: Prakriti Gaba, et al. JAMA Cardiol. doi:10.1001/jamacardio.2023.1177.


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