Ampliar o tratamento antiplaquetário duplo para além de um ano reduz os episódios adversos em pacientes com antecedente de infarto agudo do miocárdio, segundo os resultados desta metanálise publicada simultaneamente no European Heart Journal.
Foram analisados dados de 33.435 pacientes (média de idade de 64 anos; 24% mulheres) com antecedentes de infarto e incluídos em um dos seguintes 6 ensaios: CHARISMA, PRODIGY, ARCTIC-Interruption, DAPT, DES-LATE e PEGASUS TIMI-54.
Os pacientes que receberam tratamento antiplaquetário duplo prolongado (por mais de um ano) tiveram melhores resultados que aqueles que continuaram somente com aspirina no que se refere ao desenlace primário (mortalidade cardiovascular, infarto ou ACV; RR 0,78; IC de 95% 0,67-0,90). Também se analisa cada um dos componentes do desenlace primário por separado.
No entanto, o tratamento antiplaquetário duplo implicou mais hemorragias graves a longo prazo (tratamento prolongado 1,9% vs. tratamento padrão 1,1%; p = 0,004), apesar de isso não ter representado diferenças em hemorragias fatais, hemorragias intracranianas ou mortalidade cardiovascular.
Estes resultados se mantiveram entre todos os subgrupos pré-especificados, com inclusão da idade, gênero, regime de tratamento antiplaquetário dual, tipo de síndrome coronária aguda e tempo transcorrido desde o infarto.
Os pacientes eram excluídos dos estudos que fizeram parte desta metanálise se estivessem anticoagulados, se tivessem antecedente recente de hemorragias, cirurgias recentes ou qualquer antecedente de hemorragias intracranianas.
Udell JA.