Título original: Mechanisms of Very Late Drug-Eluting Stent Thrombosis Assessed by Optical Coherence Tomography. Referência: Masanori Taniwaki et al. Circulation. 2016 Feb 16;133(7):650-60.
Os mecanismos fisiopatológicos por trás da trombose muito tardia de um stent farmacológico não estão completamente descritos. Utilizando tomografia de coerência ótica (OCT) foram investigadas as potenciais causas desse evento adverso.
Entre agosto de 2010 e dezembro de 2014 foram incluídos 64 pacientes com trombose muito tardia intrastent como parte do registro internacional de tomografia de coerência ótica.
A trombose muito tardia ocorreu em uma média de 4,7 anos do procedimento original (intervalo de 3,1 a 7,5 anos).
Depois de recuperar o fluxo na artéria responsável se realizou o pullback com a OCT para analisar 38 stents farmacológicos de primeira geração e 20 stents farmacológicos de nova geração, podendo-se observar uma causa possível em 98% dos casos.
Os achados mais frequentes foram struts mal posicionados (34,5%), novas ateroscleroses (27,6%), struts não cobertos (12,1%) e stents subexpandidos (6,9%).
A falta de cobertura de struts e o mal posicionamento foi mais frequente nas regiões com trombose vs. as regiões sem trombose.
A máxima extensão de stent com falta de cobertura intimal ou mal posicionada (3,40 mm vs. 1,29 mm; p < 0,001) foi um preditor muito forte de trombose mas o mesmo não ocorreu com a distância de mau posicionamento (distância que separa os struts da íntima).
A combinação de mau posicionamento e falta de cobertura foi consistente em ambas as gerações de stents farmacológicos.
Conclusão
As causas mais frequentes de trombose muito tardia de um stent farmacológico foram o mau posicionamento, a nova aterosclerose, struts sem cobertura intimal e a subexpansão sem a observância de diferenças nessas características entre a primeira geração e a nova geração de stents. A extensão longitudinal mal posicionada ou sem cobertura intimal foi o fator que mais se correlacionou com trombose muito tardia.